BISPO DE UÍGE CONSIDERA ANTIDEMOCRÁTICA POLÍTICA DA "CADEIRA VAZIA"
Uíge, 22 jan (RV) - O bispo de Uíge, Angola, Dom Emílio Sumbeleleo, disse nesta
sexta-feira, que não lhe parece democrático o procedimento da "cadeira vazia", apresentado
pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), na quinta-feira,
por ocasião da aprovação da nova Constituição do país.
Em declarações a agência
de notícias angolana, Angop, o prelado disse que os deputados da UNITA deveriam, pelo
menos, ter comparecido à Assembleia Constituinte, deveriam permanecer na sala e talvez
se absterem ou não votarem, da mesma forma que fizeram outros partidos, mas não desertarem.
"Não
me parece muito correto, abandonar a sala. Eles estiveram presentes na elaboração
e nas discussões, e na hora da aprovação abandonaram a sala. Creio que deveriam ser
mais coerentes e terem permanecido na sala" – sublinhou o bispo.
Depois de
ressaltar a importância da Carta Magna para o país, Dom Sumbeleleo defendeu que com
esta nova Constituição, Angola vai ganhar estabilidade política e econômica, porque
ela contém aspectos jurídicos que irão reger diversas estruturas. "Estou certo de
que muitos aspectos saídos das discussões, por ocasião de sua apresentação pública
estão plasmados nela" – frisou o prelado. Para Dom Emílio Sumbelelo, a Constituição
aprovada nesta quinta-feira pela Assembleia Nacional é de grande valia para o país,
antecipando esperar que ela seja promulgada pelo presidente da República, para sua
posterior publicação no Diário Oficial.
"No meu entender, na Constituição
está contido aquilo que a própria população manifestou depois das consultas públicas.
Acho que reflete o pensamento e o sentimento dos angolanos. Portanto – sublinhou –
podemos nos rever nela. Espero que venha a ter aquela estabilidade que todos nós queremos"
– concluiu. O bispo de Uíge afirmou que Angola entrou, a partir desta quinta-feira,
21 de janeiro, numa nova época de sua vida, com a aprovação da nova Constituição do
país. (AF)