2010-01-20 11:57:37

RELIGIOSOS EM ROMA UNEM-SE À DOR DE DOM PAULO


Cidade do Vaticano, 20 jan (RV) - Em sinal de respeito e dor pelo falecimento da Dra. Zilda Arns, vítima do terremoto que atingiu o Haiti, os religiosos residentes em Roma, Itália, enviaram uma carta ao cardeal emérito de São Paulo e irmão de Zilda, Dom Paulo Evaristo Arns.

No texto, os religiosos dizem que as circunstâncias da morte da doutora Zilda Arns, em missão de solidariedade, foram um grande choque para o Brasil. “Ela é símbolo de todas aquelas e aqueles que se empenham todos os dias com mente e coração para que todos tenham vida em abundância”.

Leia a íntegra da carta abaixo:

"Que nosso Deus, em sua misericórdia, acolha no céu aqueles que na terra lutaram pelas crianças e os desamparados. Não é hora de perder a esperança!"

D. Paulo E. Arns
Roma, 15 de janeiro de 2010

Muito estimado amigo e pastor Dom Paulo Evaristo Arns, membros da Família Arns, saudações das religiosas e religiosos brasileiros em Roma!

A experiência única e profunda de comunhão e participação vivida no Brasil com nossos pastores e como Vida Religiosa fez nascer em Roma, há anos atrás, o grupo RBR (Religiosos Brasileiros em Roma) que se reúne a cada mês no Colégio Pio Brasileiro para celebrar, aprofundar e partilhar desafios e esperanças de nossa missão em Roma junto a nossos Generalatos e Comunidades.

No final de 2009 havíamos decidido encontrarmo-nos, no dia 14 de janeiro, para refletir sobre o tema “A realidade de pobreza em Roma e seus desafios à nossa consagração religiosa”. Conosco, partilharam suas experiências a Ir. Maria Della Neve, uma irmã Orionita brasileira que vive há quarenta e quatro anos na Itália e nos últimos anos tem se dedicado às pessoas em situação de rua através da Caritas Diocesana. Com ela esteve Luana Melia, assistente social que acompanha os projetos da Caritas. Também o brasileiro Pe. Sergio Durigon, religioso Escalabriniano, responsável pela Comunidade Santa Maria Della Luce, capelania dos brasileiros em Roma. Ele partilhou conosco a dura experiência que vive o migrante brasileiro na Itália.

Lamentavelmente o nosso encontro coincidiu com a tragédia que se abateu sobre o povo do Haiti tirando a vida de milhares de pessoas daquele pais, vários soldados brasileiros e a Dra. Zilda Arns.

Não temos a intenção de fazer desta carta ao senhor uma mensagem de consolo; pelo contrário, nos sentimos profundamente tocados e consolados pelas palavras de coragem que o senhor, através da imprensa, enviou ao Brasil e a todos nós ao saber da morte da sua querida irmã: “Que nosso Deus, em sua misericórdia, acolha no céu aqueles que na terra lutaram pelas crianças e os desamparados. Não é hora de perder a esperança!” Temos a certeza de que, aos olhos da fé, a sua morte inesperada nos inquietará e gerará em muitas pessoas e organizações novas iniciativas que respondam à dura realidade do Haiti, do Brasil e de tantos outros países, no que se refere ao modo como tratam suas crianças e idosos. Inútil dizer algo mais sobre Dona Zilda, pois ela se insere na mesma base religiosa na qual se funda a família Arns a partir da defesa intransigente dos valores da fé, da solidariedade, da justiça e da esperança.

Nosso momento de oração durante o encontro foi dedicado às vitimas do terremoto, às milhares de pessoas e organizações de voluntariado que se dirigem ao Haiti para prestar socorro às vitimas do terremoto e à família Arns. Colocamos o Senhor e toda a família Arns nos braços amorosos de Deus, como forma de gratidão por todo o carinho, ternura e compromisso com os excluídos que o senhor fez crescer em nós durante os anos do seu pastoreio na Arquidiocese de São Paulo.

Cheios de afeto, pedimos que o Senhor nos envie a sua bênção de pastor e amigo,

Religiosas e Religiosos Brasileiros em Roma
15 de janeiro de 2010
Roma, Itália







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