2010-01-20 11:49:13

O desespero de quem tenta sobreviver e a espiral de violência levam ONU e EUA a reforçar contingentes militares em Haiti. Cáritas Portuguesa organiza uma “resposta eficaz e sólida” à tragédia gerada pelo sismo do passado dia 12
 


(20/1/2010) Numa altura em que as armas voltam a circular entre a população haitiana, em que há 1,5 milhões de pessoas sem casa e em que há centenas de milhares de esfomeados, a insegurança é a maior ameaça que a população enfrenta, uma semana depois do violento sismo que destruiu o seu país. Eles e todos quantos os foram ajudar. O desespero dos que tentam sobreviver numa terra onde não há nada ameaça empurrar o Haiti para uma espiral de violência de consequências imprevisíveis, avisaram especialistas dos serviços de informações ocidentais.
Com este pano de fundo o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade, o reforço temporário de 3500 homens - tropas e polícias - da missão de paz da ONU no Haiti , cujo contingente subirá para 12.651 (agora são cerca de 9.000).
A missão, que durará meio ano, visa auxiliar as agências humanitárias no terreno na distribuição de ajuda e reforçar as condições de segurança. Altamente voláteis num país devastado pelo terramoto do passado dia 12 e que matou, segundo o último balanço do Governo, cerca de 70 mil pessoas, deixando feridas mais de 250 mil e ainda milhão e meio de haitianos sem casa.
Mais do que a ausência de logística capaz, tem sido de facto a insegurança - com a continuação de pilhagens e tiroteios em zonas da capital haitiana, Port-au-Prince - a atrasar o esforço das Organizações Não Governamentais (ONG) no país. Para protegê-las, Washington, a quem cabe coordenar as operações de segurança por solicitação do Governo haitiano, enviou 2.200 marines, que se foram juntar aos 5000 soldados dos EUA que já estavam no terreno.
Serão bem precisos para obviar aos assaltos que as pessoas, famintas e em desespero, têm tentado promover às instalações das ONG e também às tentativas de passagem para o país vizinho, a República Dominicana.
Em Portugal o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, assegurou esta Terça-feira que a Cáritas Portuguesa está a organizar uma “resposta eficaz e sólida” à tragédia gerada pelo sismo do passado dia 12, no Haiti, “ao recolher fundos para socorrer as maiores necessidades após esta primeira fase agitada por tamanha perturbação, vestida de exausto luto”.
D. Carlos falava na homilia da celebração eucarística pelas vítimas do sismo, que decorreu na igreja de Santa Isabel, em Lisboa.
Falando numa “hora atribulada do povo do Haiti”, o Bispo auxiliar de Lisboa convidou os presentes “à liberdade da partilha, dos gestos solidários, à caridade na verdade”.
“Em cada hora da história Deus chama-nos a ser livres mensageiros e testemunhas activas do seu amor, particularmente em momentos que gritam por fraternidade”, alertou, a este respeito.
O prelado quis deixar claro que “o nosso Deus não é o que manda terramotos ou cheias para castigar os humanos”.
“À medida que cresce o conhecimento científico dos fenómenos naturais somos chamados a assumir atitudes coerentes e consequentes no urbanismo e nos critérios de desenvolvimento”, assinalou o Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social








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