Cidade do Vaticano, 18 jan (RV) - Tem início nesta segunda-feira, no Vaticano,
e se concluirá quarta-feira próxima, a Assembléia semestral da ROACO, a Reunião das
Obras de Ajuda às Igrejas Orientais. O 82º encontro tratará da sustentação do clero
da área oriental do planeta, especialmente na Europa Central e Oriental e no Oriente
Médio. Parte dos trabalhos será dedicada ainda à situação das Igrejas católicas orientais
na Eritréia, Eitópia e Iraque.
Participarão da reunião, representantes de cerca
20 agências católicas, provenientes de 10 países ocidentais, além do núncio apostólico
em Israel, o Arcebispo Dom Antonio Franco e do Arcebispo Dom Leo Boccardi, núncio
apostólico no Sudão e Eritréia.
Sobre a questão se a ajuda financeira aos
sacerdotes das áreas orientais seja mais importante hoje em relação ao passado, o
Secretário-geral da ROACO, Padre Leon Lemmens, falando à Rádio Vaticano disse que
“é preciso recordar-se que as Igrejas Católicas orientais na Europa centro-oriental
renasceram somente vinte anos atrás. Nestes anos, porém, - continua padre Lemmens
-, tiveram a bênção de muitíssimas vocações sacerdotais: foram ordenados mais de 3
mil sacerdotes e isso significa que quase todas as paróquias de rito bizantino na
Europa centro-oriental têm um pároco: portanto, a situação deles é melhor do que a
da Igreja em tantos países da Europa ocidental. Além do mais, a formação desses sacerdotes
foi um esforço imenso”.
Falando ainda do renascimento dessas igrejas, Padre
Lemmens disse que renasceram sem um patrimônio, porque os regimes comunistas seqüestraram
todos os seus haveres, somente uma pequena parte foi devolvida após a queda dos regimes
comunistas. “Essas Igrejas renasceram sem estruturas, sem um sistema de autofinanciamento
e ainda hoje se encontram nesta situação.” “Além do mais vivem em países pobres –
sublinha o sacerdote: basta pensar na gravíssima crise econômica na Ucrânia que, do
nosso ponto de vista, é o país mais importante, onde vivem dois mil desses sacerdotes,
mas onde quase toda a população sofre a fome e a pobreza.”
Isto significa
que nos anos passados grande parte do sustento financeiro dos sacerdotes era realizado
pelas agências que fazem parte da ROACO, graças também a tantos generosos dons de
simples fiéis do Ocidente.
“O desafio econômico aumenta – destaca ainda o sacerdote
– e então, durante a Assembléia da ROACO, queremos fazer um balanço da situação sobretudo
nesta área da Europa centro-oriental e também no Oriente Médio, onde os problemas
se apresentam talvez um pouco diversos: desejamos identificar as questões, os desafios
e começar a dar respostas a esses desafios”, concluiu. (SP)