No dia da sua visita à Sinagoga de Roma, Bento XVI fala de crescente maturação nas
relações entre Católicos e Judeus e faz votos de um empenho comum em testemunhar a
fé no Deus único e em defender a vida e a família, promovendo a justiça social e a
paz
Bento XVI deslocou-se neste domingo à tarde à grande Sinagoga de Roma, o chamado “Templo
Maior”, em visita à Comunidade hebraica da Cidade. O facto foi referido pelo próprio
Papa, antes do Angelus, ao meio-dia na praça de São Pedro, explicando que este acontecimento
- a 24 anos da histórica visita de João Paulo II - assinala “mais uma etapa no caminho
da concórdia e amizade entre Católicos e Judeus". “Não obstante os problemas e
dificuldades, entre os crentes das duas Religiões respira-se um clima de grande respeito
e diálogo, que testemunha crescente maturação nas relações e o empenho comum em valorizar
aquilo que nos une: antes de mais a fé no único Deus, mas também a tutela da vida
e da família, a aspiração à justiça social e à paz”.
O Dia Mundial do Migrante
e do Refugiado – celebrado neste domingo tendo como tema os menores migrantes e refugiados
– foi o primeiro ponto abordado pelo Papa na sua alocução, evocando a Mensagem publicada
a seu tempo para esta Jornada. “Jesus Cristo viveu, como neo-nato, a dramática experiência
de refugiado, em razão das ameaças de Herodes – recordou Bento XVI. Ele ensina-nos
a acolher as crianças com grande respeito e amor” “Também a criança,
qualquer que seja a sua nacionalidade ou a cor da pele, há de ser considerada, sempre
e acima de tudo, como pessoa, imagem de Deus, a promover e tutelar contra toda e qualquer
marginalização e exploração. Em especial, ocorre desenvolver todo o esforço para
que aos menores que se encontram a viver num país estrangeiro estejam garantidos no
plano legislativo e sobretudo acompanhados nos inúmeros problemas que têm que enfrentar. O
Santo Padre encorajou “vivamente” as comunidades cristãs e os organismos que se empenham
ao serviço dos menores migrantes e refugiados, exortando todos a, em relação a eles,
“manter viva a sensibilidade educativa e cultural”, segundo o autêntico espírito evangélico.
Finalmente,
Bento XVI recordou que tem início nesta segunda-feira a tradicional Semana de Oração
pela Unidade dos Cristãos: “Ela constitui, para os que crêem em Cristo, um tempo propício
para reavivar o espírito ecuménico, para que as pessoas se encontrem, se conheçam,
rezem e reflictam em conjunto”. O Santo Padre recordou que o tema bíblico escolhido
este ano para a Semana da Unidade, do Evangelho de São Lucas, faz eco às palavras
de Jesus ressuscitado aos Apóstolos: “Sereis testemunhas de tudo isto”. “O nosso anúncio
do Evangelho de Cristo será tanto mais credível e eficaz quanto mais estivermos unidos
no seu amor, como verdadeiros irmãos”. O Papa convidou portanto as paróquias,
comunidades religiosas, associações e movimentos eclesiais a “rezar incessantemente
pela plena unidade dos cristãos, de modo particular durante as celebrações eucarísticas”.
Após a recitação das Ave Marias, dirigiu o seu “pensamento às caras populações
de Haiti”. Referindo a sua “premente oração”, Bento XVI declarou manter-se constantemente
informado pelo Núncio Apostólico, do qual recebeu a notícia da morte do Arcebispo
local, assim como de grande número de padres, religiosos e seminaristas. “Acompanho
e encorajo o esforço das numerosas organizações caritativas, que se estão ocupando
das imensas necessidades do país. Rezo pelos feridos, pelos desalojados e por todos
os perderam tragicamente a vida”.