Cidade do Vaticano, 15 jan (RV) - Além da sinagoga de Roma, Bento XVI visitará
o Museu Judaico. É a primeira vez na história da Igreja que um papa visita um museu
judaico.
Ele verá a exposição Et ecce gaudium, sobre os judeus romanos e a
cerimônia de eleição dos pontífices. A mostra será inaugurada no dia da visita do
papa e permanecerá aberta até 11 de março.
Estarão expostas valiosas peças
medievais, usadas pela comunidade judaica para dar as boas-vindas a um novo pontífice
e reconhecê-lo como bispo da Cidade Eterna. Na Idade Média, depois de ser eleito,
o Papa ia, a cavalo, do Vaticano à basílica de São João de Latrão, em uma marcha solene.
A
comunidade judaica era a encarregada de decorar a parte daquele percurso entre o Arco
de Tito e o Coliseu. Tradicionalmente, eram usados tapetes, tecidos finos feitos com
um fundo de grandes decorações com figuras simbólicas e pergaminhos com alguns lemas
e citações bíblicas. Estas peças – provas de um capítulo importante das relações entre
a Igreja Católica e a comunidade judaica - estarão expostas na mostra.
Alguns
pergaminhos estão bem conservados, como as cartas de boas-vindas aos pontífices Clemente
XII (1730), Bento XIV (1740) Clemente XIII (1758), Clemente XIV (1769) e Pio VI (1755).
Domingo,
na inauguração da mostra, está confirmada a presença do grão-rabino de Roma, Riccardo
Di Segni, conforme anunciado ontem, em uma coletiva de imprensa, pela diretora do
Museu, Daniela di Castro.
“O Papa Bento XVI é o primeiro pontífice a visitar
um museu judaico, assim como o Museu Judaico de Roma é o primeiro museu judaico a
ser visitado por um papa. É uma honra imensa para o nosso museu, que com esta mostra,
inaugura também as celebrações dos seus 50 anos”, disse. (CM)