Genebra, 15 jan (RV) - A ONU publicou ontem o primeiro relatório global sobre
os povos indígenas do mundo. O documento revela que a população indígena é de cerca
de 370 milhões de pessoas, o equivalente a 5% do total mundial, e corresponde a mais
de 1/3 dos que vivem em extrema pobreza em áreas rurais.
Os povos indígenas
no mundo vivem em situação alarmante de pobreza, saúde, educação, emprego, direitos
humanos e meio-ambiente.
O primeiro relatório global das Nações Unidas sobre
o tema intitula-se 'A Situação dos Povos Indígenas no Mundo' e foi redigido por sete
especialistas independentes.
Segundo o estudo, a expectativa de vida dos povos
indígenas é 20 anos menor do que a média e que as taxas de suicídio, principalmente
entre os jovens, são consideradas altas. Em entrevista à Rádio ONU, do Rio de Janeiro,
o articulador dos direitos indígenas do Comitê Intertribal, Marcos Terena, explica:
"A
questão brasileira é colocada em dois aspectos: a primeira é a questão do suicídio
dos índios Kayowa do Mato Grosso do Sul, em função da falta de território e de auto-estima;
da perda da capacidade de gerar alimentos próprios e tradicionais e dos problemas
de saúde conseguintes” - afirmou. Terena ressalta também a questão da incidência de
doenças entre os indígenas.
Segundo o documento, os índices de pobreza dos
povos indígenas em vários países da América Latina estão acima do resultado no resto
do mundo. Os trabalhadores indígenas também ganham menos.
O texto mostra ainda
que a mortalidade infantil é de 70% em comunidades indígenas, apesar de avanços na
região nos últimos 40 anos. (CM)