Porto Príncipe, 15 jan (RV) - Cerca de 7.000 mortos no terremoto no Haiti já
foram enterrados, afirmou nesta quinta (14) o presidente do país, René Preval. O país
foi devastado por um tremor que ocorreu na noite da última terça-feira (12).
"Já
enterramos 7.000 em valas comuns", disse Preval no aeroporto de Porto Príncipe, onde
acompanhava o presidente da República Dominicana, Leonel Fernandez, o primeiro chefe
de Estado a visitar o Haiti depois da tragédia. Fernandez afirmou que uma das prioridades
agora é ajudar o país a enterrar seus mortos.
Conforme estimativa da Cruz Vermelha,
o total de pessoas mortas pelo terremoto deverá ficar entre 45 mil e 50 mil, além
de mais de 3 milhões de desabrigados.
Estima-se que muitas pessoas ainda estejam
vivas, presas sob os escombros. Hoje, cerca de 1.500 cadáveres estão empilhados diante
do principal hospital, e os mortos estão espalhados também pelas ruas. "Dinheiro não
vale nada agora, água é a moeda", disse um funcionário de ajuda humanitária à Reuters.
A
Cruz Vermelha Haitiana já não tem sacos para guardar os cadáveres, e o Comitê Internacional
da Cruz Vermelha disse que está enviando outros 3.000. O Brasil, que comanda a missão
de paz da ONU no país, propôs a criação de um cemitério de emergência, e os EUA estão
enviando equipes para os trabalhos funerários.
Saqueadores invadiram um supermercado
danificado pelo tremor em um bairro de Porto Príncipe, levando produtos eletrônicos
e sacos de arroz. Outros tiraram gasolina de um caminhão-tanque quebrado. "Todos os
policiais estão ocupados resgatando e enterrando suas próprias famílias", disse Manuel
Deheusch, dono de uma fábrica de telhas. "Eles não têm tempo de patrulhar as ruas."
A
distribuição da ajuda é complicada pela grande presença de entulho e carros destruídos
nas ruas, e também pela paralisação das telecomunicações. Os escritórios de várias
entidades humanitárias foram destruídos, e muitos funcionários estão mortos ou desaparecidos.
(RD)