Cidade do Vaticano, 09 jan (RV) - Amanhã terminará o tempo de Natal. Já estamos
sentindo a ausência do clima de festa, de músicas ricas em melodia e que nos falam
ao coração; sentimos a ausência dos artísticos presépios e das belas árvores natalinas
e, sobretudo, sentimos falta do clima de cordialidade e de perdão por algum deslize.
Na verdade sentimos saudade do espírito de Natal.
Mas por que o clima de cordialidade
e de perdão não poderá continuar? Na realidade, não só deveria se estender durante
o ano, mas deveria estar mais forte se o Natal foi bem vivido. A celebração no nascimento
de Jesus traz em si o aprofundamento do mistério de amor e sua consequente mudança
de vida.
Ora, se a vida do cristão volta ao que era antes, significa que celebrou
o Natal na periferia do mistério, não o aprofundou. Nesse caso a celebração do Natal
foi superficial, mesmo que tenha recebido os melhores e mais caros presentes, mesmo
que sua ceia tenha sido muito farta, que tenha até ido à missa do galo. Foi feita
a ocasião para que recebesse a graça, mas ele foi surdo, e seu coração esteve fechado
para recebê-la.
Natal é festa da humildade, da simplicidade, da luz. O cristão
poderia avaliar suas celebrações natalinas de acordo com o nível de humildade, de
simplicidade que sua vida adquiriu nessas comemorações. Se elas mudaram sua vida,
se o tornaram mais irmão, consequentemente ele se tornou portador da luz de Deus e,
de fato, os votos de Boas Festas valeram. Caso contrário, foram palavras soltas ao
vento da vaidade, plantadas na solidez da areia. (CAS)