Ataques a igrejas na Malásia na sequência da polémica sobre o uso da palavra 'Alá'
(9/1/2009) Três lugares de culto protestantes e uma igreja católica foram atacadas
na Malásia, num momento em que continua a polémica sobre o direito dos católicos de
escrever a palavra "Alá" num país maioritariamente muçulmano. Os atentados, que atingiram
igualmente carros pertencentes a crentes católicos, não provocaram vítimas. O chefe
da Polícia, Musa Hasan, anunciou a mobilização de forças de segurança para proteger
as igrejas. Nesta Sexta-feira, uma manifestação organizada por 58 organizações
não-governamentais muçulmanas percorreu as ruas da capital de Kuala Lumpur, capital
da Malásia, reunindo cerca de 300 pessoas. A polícia acompanhou a iniciativa, não
se tendo registado incidentes. O Alto Tribunal do país suspendeu na última Quarta-feira
a autorização concedida a um jornal católico local para utilizar a palavra "Alá",
depois de o Governo ter recorrido da decisão e alertado para a ameaça de tensões inter-religiosas. A
Igreja alega que na língua malaia só existe o termo “Alá” para denominar Deus, pelo
que é inconstitucional aplicar restrições linguísticas ou de culto aos cristãos que
se exprimem em malaio. A polícia da Malásia apreendeu recentemente mais de 15 mil
Bíblias, provenientes da Indonésia, porque a tradução do texto continha o termo “Alá”
para indicar Deus. Os católicos na Malásia constituem cerca de 9% da população,
enquanto que os muçulmanos são aproximadamente 60%.