Caracas, 08 jan (RV) – Aumento da violência e presença de grupos armados guerrilheiros
nas zonas de fronteira: eis as duas principais preocupações manifestadas ontem na
reunião plenária da Assembleia ordinária dos bispos venezuelanos.
O presidente
da Conferência Episcopal Venezuelana, Dom Ubaldo Santana, explicou que o clima de
tensão nas relações entre Venezuela e Colômbia, especialmente nas regiões de fronteira,
é atualmente "uma ameaça à convivência pacífica", já que grupos de guerrilha se movem
"livres e impunes".
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, nega a existência
de líderes ou acampamentos guerrilheiros, paramilitares ou terroristas de modo estável
em seu território, admitindo, todavia que alguns destes possam vir a atravessar a
fronteira, uma vez que estes "já tomaram meio território colombiano" – afirma Chávez.
Dom
Santana recordou durante a reunião que a tensão entre Venezuela e Colômbia tem aumentado
especialmente depois da assinatura de um convênio entre Bogotá e Washington permitindo
aos militares norte-americanos o uso de ao menos sete bases colombianas.
O
prelado convocou todos a uma atitude de paz e concórdia: "temos que aproveitar todas
as ocasiões para promover com ações concretas a difusão do evangelho (...) temos que
nos empenhar profundamente na promoção da paz e da concórdia".
Por fim, o presidente
da Conferência dos bispos venezuelanos declarou que, diante do flagelo da violência
que assola o país, são necessárias "políticas públicas apropriadas para a proteção
da cidadania" e a rejeição de qualquer expressão de "ataque à vida como são os sequestros,
as extorsões, o narcotráfico, o comércio de órgãos ou a exploração de menores". (RD)