OS SACERDOTES ANGLICANOS PEDEM MAIS TUTELA NO TRABALHO
Roma, 07 JAN (RV) – Os sacerdotes anglicanos pedem mais garantias no que diz
respeito à sua saúde e segurança. A fazer-se porta-voz dessa reivindicação é o sindicato
britânico UNITE, que conta cerca de 2.500 inscritos no setor dos trabalhadores eclesiásticos,
quase todos anglicanos, embora tenha entre seus membros também rabinos, imames e sacerdotes
católicos.
"As medidas de saúde e de segurança são insuficientes, e o bem-estar
dos sacerdotes está em perigo" – explicou a sindicalista Rachael Maskell, responsável
pela elaboração do dossier.
Ela revelou que o Sindicato recebe mais de 150
pedidos de ajuda por ano, ditados por tombos, acidentes domésticos, mau funcionamento
do sistema de aquecimento, entre outros, que ocorrem nas estruturas eclesiásticas.
Há
também situações mais graves como "mobbing" ou assédio psicológico no ambiente de
trabalho, por parte dos superiores, além de vexações sexuais, sobretudo contra as
mulheres-sacerdotes anglicanas.
A legislação inglesa não prevê formas de tutela
de riscos para o clero, uma vez que os sacerdotes não são qualificados como "empregados"
ou "funcionários". Por outro lado, a Igreja Anglicana sustenta que definir os membros
do clero como "empregados" comportaria uma transformação radical no sistema de sustento
dos sacerdotes.
O primaz da Igreja Anglicana, o arcebispo de Cantuária, Dr.
Rowan Williams, admitiu, de qualquer forma, a existência dos problemas e do difícil
relacionamento trabalhista, durante um encontro promovido pelo Sindicato. (AF)