2010-01-07 14:04:29

Diálogo inter-religioso e reconhecimento jurídico da Igreja Católico na Turquia: os votos do Papa, recebendo o novo Embaixador da Turquia


Recebendo nesta quinta-feira, no Vaticano, as Cartas Credenciais do novo Embaixador da Turquia, Bento XVI reafirmou “o empenho da Igreja Católica no diálogo inter-religioso, testemunhando a firme fé em Deus que caracteriza Cristãos e Muçulmanos”.
O Papa começou por recordar que as relações diplomáticas entre a Santa Sé e a República da Turquia foram estabelecidas há quase cinquenta anos, no pontificado de João XIII, que “tinha sido Delegado Apostólico em Istambul e cujo afecto pelo povo turco é bem conhecido”. Evocando a sua própria visita, em 2006, Bento XVI agradeceu uma vez mais o caloroso acolhimento que lhe foi dispensado. Tratava-se da sua primeira visita, como Papa, a um país predominantemente islâmico.

“Tive a satisfação de exprimir a minha estima para com os Muçulmanos e para reafirmar o empenho da Igreja Católica em prosseguir o diálogo inter-religioso, num espírito de mútuo respeito e amizade, testemunhando conjuntamente a firme fé em Deus que caracteriza os Cristãos e os Muçulmanos, esforçando-nos por conhecermo-nos melhor uns aos outros, reforçando assim os nossos elos de afecto”.

Recordando o encontro tido, em 2006, com o patriarca Bartolomeu I, o Papa declarou “o brio das comunidades cristãs em desempenharem o papel que lhes toca”, conscientes do seu antigo património e do significativo contributo que deram para a civilização, não só no seu país, mas em toda a Europa”. Evocando também as recentes celebrações dos dois mil anos do nascimento de Paulo de Tarso, Bento XVI fez-se eco do “apreço dos cristãos de toda a parte pelos passos dados para facilitar peregrinações e celebrações litúrgicas nos lugares associados ao grande Apóstolo”.

“Os Católicos na Turquia apreciam a liberdade de culto garantida pela Constituição e têm gosto em poder contribuir para o bem estar dos seus concidadãos, especialmente através do empenho na actividade caritativa e no campo da saúde”.

Evocando a acção desenvolvida, nomeadamente a favor dos mais pobres, nos dois hospitais católicos de Istambul, Bento XVI exprimiu a esperança de que lhes seja assegura pelas autoridades o apoio de que precisam e recordou com pesar o facto de a Igreja Católica continuar a aguardar, na Turquia, reconhecimento jurídico civil, que a ajudaria a gozar de plena liberdade religioso, favorecendo uma sua maior contribuição para a sociedade.

O Papa concluiu o seu discurso, recordando que, “situada entre a Europa e a Ásia, a Turquia se encontra em boa posição para actuar como ponte entre o Islão e o Ocidente, e para fornecer um importante contributo aos esforços a favor da paz e da estabilidade no Médio Oriente. “A Santa Sé – declarou Bento XVI – aprecia as numerosas iniciativas que a Igreja tem já tomado a este propósito, e deseja apoiar ulteriores esforços para que se ponha termo aos persistentes conflitos na região”.

“Como a história tantas vezes tem mostrado, as disputas territoriais e as contraposições étnicas só se podem resolver satisfatoriamente quando se tomam na devida consideração as legítimas aspirações de cada um das partes, se reconhecem as injustiças passadas, reparando-as, quando possível”.








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