Ho Chi Minh, 02 jan (RV) - Temor de uma nova onda de violência contra os sacerdotes
no Vietnã. Os padres da Congregação Redentorista de Ho Chi Minh estão sendo acusados
de propaganda contra o Estado por terem criticado expropriações injustas por parte
do governo de Hanói, além da exploração de minas de bauxita na parte central do país.
O
comitê popular da cidade de Ho Chi Minh emitiu um comunicado no qual denuncia a comunidade
redentorista por ir "contra a política do Partido e as leis da nação". O documento
assinado pelo presidente do comitê e publicado em 28 de dezembro foi difundido em
toda a imprensa do Estado. Neste a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é acusada
de organizar vigílias "com a participação de padres, religiosos e leigos de outras
regiões do país sem a permissão do governo local e distorcendo, acusando e criticando
o mesmo".
Além disso, o comunicado afirma que os redentoristas usaram o boletim
paroquial para "publicar artigos e imagens que conduzem os fiéis ao mal entendimento
da política do Partido e das leis da nação".
A igreja e os fiéis da paróquia
de Nossa Senhor do Perpétuo Socorro vêm sendo controlados pela polícia, que em uniforme
militar ou à paisana, fotografa e filma todos os presentes. Graças a um sistema de
som, em torno da igreja, os policiais conseguem perturbar a ordem nas funções litúrgicas
e vigílias no templo.
As autoridades vietnamitas acusam os redentoristas de
não seguirem as indicações do papa, que durante a visita ad Limina dos bispos daquele
país indicara que "um bom católico é também um bom cidadão".
O porta-voz dos
redentoristas, padre Peter Nguyen Van Khai, ressalta a distorção das palavras do papa
por parte das autoridades vietnamitas, já que o pontífice também sugere que haja "uma
sã colaboração entre a Igreja e o Estado através do diálogo", realidade totalmente
inaceitável para o governo local. (RD)