(31/12/2009) A Fides, agência da Santa Sé para o mundo missionário, revelou que 37
agentes pastorais foram assassinados enquanto desempenhavam a sua missão nos cinco
continentes, no ano de 2009. O número é praticamente o dobro em relação a 2008 (20)
e o mais alto na última década. O elenco destas mortes refere-se não só aos missionários
“ad gentes”, mas a todo o pessoal eclesiástico que faleceu de forma violenta ou que
sacrificou a sua vida consciente do risco que corria. As 37 mortes ocorridas em
2009 referem-se a 30 sacerdotes, duas religiosas, dois seminaristas e três voluntários,
leigos. Esta Quarta-feira, 30 de Dezembro, a Fides publicou um elenco com notas
biográficas, informações sobre a circunstância das mortes e uma panorâmica por continentes. Na
análise por continentes, chega-se à conclusão de que este foi um ano particularmente
dramático na América, onde tiveram lugar 23 mortes (18 sacerdotes, dois seminaristas,
uma religiosa e dois leigos). Em África morreram nove sacerdotes, uma religiosa e
um leigo. A Ásia registou a morte de dois padres católicos e a Europa de um sacerdote. Por
países, a pior situação regista-se no Brasil, com seis mortes de sacerdotes, a par
da Colômbia, onde foram assassinados cinco padres e um leigo. Em África, na República
Democrática do Congo contabilizaram-se as mortes de dois sacerdotes, uma religiosa
e um leigo da Cáritas. Quatro padres católicos foram mortos na África do Sul. A
Fides explica que entre os membros desta lista “provisória”, muitos “foram vítimas
da própria violência que estavam a combater ou da disponibilidade para ir ao encontro
dos outros, colocando em segundo plano a sua segurança pessoal”. Muitos foram assassinados
em tentativas de assalto ou sequestro. Os números da Agência mostram que desde
1980 morreram 949 missionários, com destaque para as vítimas provocadas pelo genocídio
do Ruanda, em 1994. Desde 2001 houve já 230 mortes registadas pela agência Fides