Tóquio, 30 nov (RV) - Olá, ouvintes da Rádio Vaticano. Um abraço para todos
vocês do Japão onde atualmente moram e trabalham 316.000 brasileiros. E olha que eles
são bons para trabalhar. Sem medo de errar, dizemos que podem ser classificados entre
os melhores trabalhadores.
Ao se aproximarem as festas de final de ano, Natal
e Ano Novo, a saudade da terrinha com seu clima tropical, o prazer de curtir o verão
e a amizade com os amigos aperta forte o coração. A imaginação, associada ao belo
sentimento da saudade, transporta as pessoas para a terra das palmeiras onde canta
o sabiá como escrevia o poeta.
Contudo a realidade é outra. Eles vão passar
as festas de final de ano aqui. As mais belas emoções, lembrando momentos já vividos
em outros tempos, recebem salpicadas de sorfrimento. O jeito é tentar fazer remendos,
viver o Natal e celebrar o início de um ano novo cheio de esperança, numa terra onde
esses eventos começam a ser celebrados 12 horas antes do Brasil.
Contudo, colocar
na fita cenas da cultura do Japão é algo que não pode ser evitado. Afinal, os familiares
e amigos deixados distante, terão a oportunidade de ver as fotos ou filmagens ,postas
na internet para todo o mundo ver. Lógico, as fotos serão exóticas. Enquanto lá na
terra natal, as pessoas andam descontraídas em seus vestuários de verão, os migrantes
no oriente do hemisfério norte, são vistos quase que empalhados, feito múmias dentro
de pesados agasalhos de inverno.
Por isso, no dia 31 de dezembro, aquele dia
derradeiro do ano, algumas horas antes da meia noite, muitos brasileiros entram nas
longas filas que os cidadãos japoneses fazem para ir até um templo budista ou xinto,
jogar uma moeda para as divindades e fazer uma breve oração diante de seus altares.
Nossos
patrícios estão lá. Pelo comportamento típico, pelo bater de queixo por não estarem
acostumados com tanto frio, podem se identificados sem muita dificuldade. Depois de
muito tempo caminhando lentamente na maré humana, chegam na frente do altar, meio
atrapalhados pela pouca familiaridade com o que está acontecendo. Mesmo assim, aquela
fezinha em qualquer força espiritual para ajudar a ter saúde, paz e prosperidade,
no ano que se inicia, está presente. Alguns até fazem o sinal da cruz, na frente das
estátuas de Buda ou divindades xinto e jogam uma moeda de 10 yens na caixa de ofertas.
Com
isso a meia noite ficou para trás. E cadê o abraço para desejar feliz ano novo? Mesmo
contrastando com a cultura local, na qual não existe o costume de se abraçar, com
toda a espontaneidade jogam seus braços nos seus amigos ali mesmo. Afinal, que importa
isso? É o início de mais um ano para viver com amizade, otimismo e esperança.
Missionário Olmes Milani cs Do
Japão para a Rádio Vaticano