Bissau, 29 dez (RV) - Os bispos da Guiné-Bissau consideram que o país dificilmente
obterá uma paz duradoura enquanto não forem resolvidas as carências sociais que afetam
uma parte significativa da população, como saúde e vias de comunicação terrestres.
A
mensagem do episcopado guineense por ocasião do Natal retoma as preocupações da 2.ª
Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro. O encontro,
que ocorreu no Vaticano, apontou “três problemas principais” do continente, “que o
são também da Guiné-Bissau: a Reconciliação, a Justiça e a Paz”.
O documento
destaca a evolução política e social do país. Os bispos saúdam a eleição democrática
para os principais órgãos de soberania nacionais, bem como a estabilidade política
da nação. Os prelados assinalam ainda a construção de algumas infra-estruturas viárias
e “a divulgação dos telefones celulares, com tanta influência na comunicação entre
todos os guineenses”.
Entre os “aspectos negativos”: pedem urgente atenção
ao modo violento como se pretende resolver algumas questões; a não identificação plena
com o espírito democrático; a indiferença quase total dos cidadãos pelo bem comum;
e a persistência da pobreza real na maior parte da população.
Os prelados consideram
que o país deve “passar das palavras bonitas para as ações concretas no âmbito da
Reconciliação, da Justiça e da Paz”. (SP)