BENTO XVI ALMOÇA COM OS POBRES: QUE NINGUÉM SEJA MARGINALIZADO
Roma, 27 dez (RV) - Após o Angelus deste domingo, Festa da Sagrada Família
de Nazaré, o Santo Padre almoçou na sede da Comunidade de Santo Egídio, no bairro
romano de Trastevere.
Com medidas de segurança reforçadas, milhares de pessoas
aguardavam a chegada do papa. O pontífice foi acolhido pelo fundador da comunidade,
Andrea Riccardi e por dois hóspedes do refeitório, Yelena Hailovic, de etnia cigana,
e o senegalês Laye Sissoko, e autoridades eclesiásticas.
Participaram do almoço
200 pessoas. À mesa do papa, se sentaram 12 hóspedes, entre os quais uma família cigana
de quatro pessoas, um afegão de 34 anos, refugiado político, uma idosa italiana de
82 anos, um jovem italiano de 25 anos, de cadeira de rodas, abandonado pela família
e um nigeriano que atravessou o deserto da Líbia para conseguir entrar na Itália.
O papa pronunciou um breve discurso, agradecendo às pessoas que prepararam
e serviram com amor e competência a refeição, e o acolheram no refeitório.
Durante
o almoço, afirmou, "ouvi histórias dolorosas e repletas de humanidade de alguns de
vocês: histórias de idosos, imigrantes, pessoas sem residência fixa, ciganos, deficientes,
pessoas com problemas econômicos ou outras dificuldades, todos, de um modo ou de outro,
provados pela vida. Estou aqui para lhes dizer que sou solidário e que os quero bem
e que suas vicissitudes não estão distantes dos pensamentos do papa, mas no centro
e no coração da comunidade dos fiéis".
A seguir, recordou que também a Família
de Jesus, desde seus primeiros passos, encontrou dificuldades: não encontrou hospitalidade,
foi obrigada a emigrar para o Egito devido à violência do Rei Herodes.
"Neste
período de particulares dificuldades econômicas, que cada um seja sinal de esperança
e testemunha de um mundo novo para quem, fechado no próprio egoísmo e iludido de poder
ser feliz sozinho, vive na tristeza ou em uma alegria efêmera que deixa vazio o coração."
Após
ouvir um hino natalino entoado por trinta jovens coristas, o papa ofereceu às crianças
um presente "personalizado". As crianças na sede da Comunidade de Santo Egídio provêm
da África (Nigéria, Senegal e Marrocos), da América Latina (Peru e Haiti), da Ásia
(Bangladesh) e de outro países da Europa, em especial da Romênia, Bósnia e Sérvia.
Depois de completar a distribuição dos presentes, Bento XVI pronunciou a oração
para a conclusão do encontro e foi até o primeiro andar do edifício, onde se reuniu
com trinta estrangeiros que participam do curso de italiano organizado pela Comunidade.
"Muitas pessoas, provenientes de vários países, se encontram aqui em busca
de uma palavra, uma ajuda, uma luz para um futuro melhor. Empenhem-se para que ninguém
seja sozinho, ninguém seja marginalizado, ninguém seja abandonado. Há uma língua,
para alem das diferentes línguas, que une tudo, a língua do amor. É o que nos ensina
o Menino Jesus, Deus que por amor se fez um de nós. Ela tornará melhor a nossa cidade
e o mundo".