Cidade do Vaticano, 26 dez (RV) - O fato de uma jovem desequilibrada ter interrompido
a procissão inicial da Missa de Natal na Basílica Vaticana e ter derrubado o Sumo
Pontífice, naturalmente chamou a atenção de todo o mundo. A imprensa, a partir daquele
momento, não deixou de comentar e de mostrar as imagens da ocorrência.
Ao lado
da queda do celebrante principal, também causou dor e apreensão o tombo do Cardeal
Roger Etchegaray, que fraturou o fêmur e deverá, nos próximos dias, sofrer uma cirurgia.
Tudo isso é motivo de constrangimento e de proximidade ao Santo Padre e ao senhor
cardeal.
Mas quero destacar o que para mim pouco foi comentado: trata-se da
dignidade, da serenidade com que Bento XVI vivenciou a situação. Sua Santidade imediatamente
se recompôs e deu prosseguimento à celebração como se nada tivesse acontecido. Quem
chegou atrasado à missa e dela participou, nada poderia imaginar do que havia acontecido.
Nenhuma referência ao susto, nenhum sinal externo da agressão. Mas certamente, dentro
do coração do Papa Ratzinger deveria estar a pergunta do por quê da investida, de
como estaria o estado de saúde do cardeal francês, e do que aconteceu com a moça
e quem é ela.
No dia seguinte, na Bênção Urbi et Orbi, a mesma postura. Sua
missão estava em primeiro lugar e era necessário dar a mensagem à Cidade e ao Mundo,
em abençoá-los em nome de Deus. Bento XVI falou da paz, citou países com suas fragilidades
e preocupações, rezou por eles, desejou-lhes o melhor, foi Pastor, Pastor Universal!