Cidade do Vaticano, 20 dez (RV) - A primeira leitura, extraída de Miquéias,
nos fala que o poder será popular e não mais aristocrático Deus manterá sua fidelidade
à Casa de Davi quando escolheu o caçula de Jessé para ser um grande rei de Israel.
Davi, não só venceu o opressor ao derrotar Golias apenas com uma pedrada, mas utilizou
sua capacidade de pastor para reorganizar e salvar o povo.
Miquéias, tendo
em mente o advento do rei Davi, fala que Belém, a cidade davídica, no momento uma
aldeia desprezível para os habitantes da capital, será o berço daquele que governará
Israel, de um modo mais grandioso que o realizado pelo filho de Jessé.
Isso
irá acontecer quando uma mulher der à luz e os compatriotas voltarem do exílio. Será
a formação da nova sociedade de que falamos no domingo passado. Novo rei, segundo
o coração de Deus e, consequentemente, nova sociedade.
O versículo 3, do capítulo
diz que o novo rei será a paz. Ele se refere ao triunfo da paz em todo o orbe e o
domínio da justiça em todos os setores. Não será apenas Israel o beneficiário desta
paz, mas o mundo todo.
No Evangelho, Lucas ao falar da visita de Maria a Isabel
e, naturalmente, de Jesus a João Batista, revela Deus visitando os pobres e marginalizados.
Jesus, o Salvador, é levado por Maria, a escolhida a visitar aqueles que outrora eram
desprezados por não terem filhos. É uma visita que celebra a misericórdia do Senhor.
Isabel a saúda bendizendo-O, pois tem consciência de que a visita que recebe é a de
Deus que salva.
Tanto a 1ª leitura quanto o Evangelho nos mostram que o lugar
social onde Deus assume posição é no meio dos pobres. O Senhor se identificou com
eles e se fez um deles. Para eles veio a plenitude da vida, a Salvação. Quem desejar
ser salvo deverá observar que desde o início da História da Salvação, o Senhor escolheu
os pobres e eles souberam receber os mandamentos do Senhor como dom de Deus.
Ser
pobre é mais que fazer parte de uma categoria social. Ser pobre é também uma opção
de vida que coloca no Senhor a sua confiança e não nos bens e nos poderes deste mundo.
Ser
pobre é abrir mão de desejos particulares, egocêntricos em favor dos companheiros
de caminhada. Ser pobre é abrir mão de ser sábio aos olhos do mundo e acatar a Palavra
de Deus como verdade que salva. Ser pobre é abrir mão dos bens deste mundo, de seus
privilégios se tais riqueza se contrapõem à vontade de Deus; ser pobre, enfim é buscar
a simplicidade de vida porque ela não só foi vivida pela família de Nazaré, mas foi
a escolha livre de Jesus. Ser pobre é ser filho e ser irmão! (CAS)