BENTO XVI: CATÓLICOS E ORTODOXOS TESTEMUNHEM JUNTOS O EVANGELHO NUMA SOCIEDADE SECULARIZADA
Cidade do Vaticano, 18 dez (RV) - Diante dos desafios da sociedade de hoje,
Bento XVI recomenda à sociedade bielo-russa um renovado testemunho de unidade, que
poderá favorecer as relações com a autoridade civil, as relações ecumênicas, e o diálogo
com outras culturas e religiões.
Foi o auspício do papa no discurso de ontem,
quinta-feira, aos prelados bielo-russos em visita "ad Limina", acompanhados do presidente
da Conferência episcopal da República ex-soviética, Dom Aleksander Kaskiewicz.
"Co-responsabilidade,
comunhão, partilha das decisões." Bento XVI encorajou os prelados bielo-russos a prosseguirem
neste compromisso, para "anunciar com renovado entusiasmo e incisividade a perene
Mensagem do Evangelho numa sociedade que não está imune das tentações da secularização,
do hedonismo e do relativismo", cujo baixo índice de natalidade, fragilidade das famílias,
ilusão de encontrar riqueza fora da própria terra são sinais.
Diante de tais
desafios é necessário por parte dos pastores mostrar "a força da fé", "radicada numa
sólida tradição", preservando "a profunda identidade cristã da nação, no diálogo respeitoso
com as outras culturas e religiões", formulando com grande atenção programas e métodos
pastorais "sempre mais adequados", aplicando "as decisões da Conferência episcopal",
favorecendo assim também "a relação com a autoridade civil e, particularmente, as
relações ecumênicas".
Em seguida, o pontífice recomendou "atenção especial"
à "dimensão educacional" dos jovens, recordando que hoje vivemos "numa espécie de
"emergência" neste setor". O papa fez votos de "uma sólida e rigorosa formação espiritual
e teológica" dos candidatos ao sacerdócio, orientados a "fazer uma séria e profunda
verificação do chamado divino".
Nesse sentido, Bento XVI pediu que nos seminários
de Grodno e em Pinsk se continue oferecendo aos jovens candidatos para o clero diocesano
e religioso um comum "itinerário formativo completo e qualificado", "resultado de
intensa colaboração entre o bispo e os respectivos superiores religiosos".
O
Santo Padre auspiciou "gestos concretos" de fraternidade para sedimentar a paz, em
particular evocando "a fraterna colaboração com a Igreja ortodoxa da Belarus", cujos
pastores partilham "a busca e o compromisso pelo bem comum".
Por fim, no que
diz respeito às relações Igreja-Estado, o papa evocou "a vontade das partes de estipular
um Acordo", um caminho de elaboração, assim como reiterado no recente encontro no
Vaticano com o presidente da República bielo-russa; além do "compromisso de concreta
colaboração em matérias de comum interesse, a fim de promover – no respeito pelas
competências de cada âmbito – o bem dos cidadãos". (RL)