Cidade do Vaticano, 16 dez (RV) - Líderes mundiais, ministros e chefes de Estado
de vários países se encontram em Copenhague, na Dinamarca, para a Cúpula da ONU sobre
Mudanças Climáticas que se concluirá na próxima sexta-feira, dia 18.
A finalidade
da conferência da ONU é chegar a um novo acordo sobre o clima a fim de substituir
o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Mas o que é a ONU, Organização das Nações
Unidas? É um organismo internacional criado em 24 de outubro de 1945 a fim de manter
a paz e a cooperação entre as nações.
Por ocasião desta conferência da ONU
sobre o clima, recordaremos a partir de hoje alguns discursos proferidos pelos papas
na sede da ONU, em Nova Iorque.
Iniciaremos com o memorável discurso proferido
por Paulo VI na sede das Nações Unidas, em 4 de outubro de 1965: o primeiro pronunciamento
feito por um pontífice perante a ONU.
A mensagem de Paulo VI foi um apelo pela
paz no mundo, naquela época assombrado pelo risco de um conflito entre Estados Unidos
e União Soviética. Naquela ocasião, o Papa Montini frisou que a vocação da ONU "é
confraternizar todos os povos" e disse ainda: "nunca mais a guerra, nunca mais a guerra.
É a paz, a paz que deve guiar o destino dos povos e de toda a humanidade. A paz, vocês
bem sabem, não se constrói somente por meio da política e do equilíbrio de forças
e interesses. A paz se constrói com o espírito, as ideias, as obras de paz. Vocês
trabalham nesta grande obra, mas tal tarefa está ainda no começo. Vocês realizam e
realizarão uma grande obra: ensinar a paz aos homens. A ONU é a grande escola onde
se recebe esta educação, e nós estamos aqui na Aula Magna desta escola."
Paulo
VI convidou a ONU a se colocar a caminho rumo "à nova história, a história pacífica,
aquela que será verdadeiramente e plenamente humana, aquela que Deus prometeu aos
homens de boa vontade. Os caminhos estão traçados e o primeiro deles é o desarmamento"
– disse o papa Montini acrescentando: "Se vocês querem ser irmãos, deixem cair as
armas de suas mãos. Não se pode amar com armas ofensivas nas mãos. As armas, sobretudo
as terríveis armas que a ciência moderna lhes deu, antes mesmo de causarem vítimas
e ruínas, engendram maus sonhos, alimentam maus sentimentos, criam pesadelos, desconfianças,
sombrias resoluções. Exigem enormes despesas. Impedem os projetos de solidariedade
e de útil trabalho. Falseiam a psicologia dos povos." (MJ)