Jerusalém, 14 dez (RV) – Uma frase em hebraico, com as palavras “Morte aos
cristãos” apareceu nos dias passados próximo ao Cenáculo, um dos lugares santos mais
preciosos para a cristandade. O gesto foi feito enquanto no Vaticano se realizava
a Plenária da Comissão bilateral permanente de trabalho entre a Santa Sé e o Estado
de Israel.
A escrita, feita com tinta preta apareceu ao longo do muro da Basílica
da Dormição, no Monte Sião, a poucos metros do lugar onde os cristãos recordam a instituição
da eucaristia e o nascimento da Igreja no dia de Pentecostes. A frase foi imediatamente
apagada para não aumentar as tensões entre cristãos e judeus.
Fontes eclesiásticas
afirmam que os autores seriam jovens judeus nacionalistas, membros de alguma escola
rabínica. Não é a primeira vez que esses jovens encontram um modo para ofender a presença
dos cristãos e os lugares santos naquela área. Frequentemente, diante da porta da
Igreja do Cenáculo, conservada pelos franciscanos, esses grupos fazem as suas necessidades
fisiológicas em desprezo pelo lugar; em outras ocasiões eles cospem contra sacerdotes
ou religiosas que passam por ali.
A Igreja do Cenáculo não é o Cenáculo original
onde Jesus instituiu a eucaristia. Este lugar santo é agora propriedade do governo
de Israel, apesar de que já no século 14 pertencia à Custódia franciscana da Terra
Santa. No século 16 os otomanos expulsaram os franciscanos, que, porém nunca renunciaram
ao seu direito de propriedade.
O episódio da escrita ocorreu precisamente enquanto
no Vaticano se discutia sobre o retorno do Cenáculo e de outros lugares santos à Igreja
Católica. A esse propósito, Daniel Ayalon, vice-ministro do Exterior e chefe da delegação
israelense, antes e depois do encontro declarou que “Israel não renunciará à propriedade
do lugar da Última Ceia ou de outros lugares santos sob a sua direta soberania”. (SP)