2009-12-12 19:12:43

BENTO XVI: CONVITE À ALEGRIA É PROFECIA DE SALVAÇÃO E DE RESGATE


Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - Amanhã, III Domingo do Advento, a Igreja celebra como todos os anos neste período, o chamado "Domingo gaudete", o domingo da alegria. O seu significado nos é oferecido por São Paulo na epístola aos Filipenses, repetida na liturgia, quando afirma: "Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos... O Senhor está próximo!" (Fil 4, 4-5).

Em seu pontificado, Bento XVI sempre ofereceu pontos de reflexão durante as orações do Angelus dedicadas a esse domingo da alegria.

O cristão é o homem da alegria e o Advento lhe dá o motivo porque – escreve São Paulo – "O Senhor está próximo". A esse propósito, no Angelus de 16 de dezembro de 2007, o papa afirmou o seguinte:

"A alegria cristã brota, portanto, desta certeza: Deus está próximo, está comigo, está conosco, na alegria e na dor, na saúde e na doença, como amigo e esposo fiel. E essa alegria permanece na provação, no próprio sofrimento, e permanece não superficialmente, mas no profundo da pessoa que confia em Deus e se confia a Ele."

Também em nossas ruas, particularmente das nossas sociedades ocidentais, o Advento é um período de alegria. Iluminações e adornos, alimentos e presentes especiais respondem todos os anos à necessidade humana de enfatizar com os sinais a espera de uma grande festa, respondem à necessidade de criar a sua atmosfera.

E todos os anos a alegria espiritual do Deus que vem corre o risco de ser um detalhe de fundo no quadro de uma mais coletiva e efervescente alegria "mercantil". O pontífice falou disso claramente no Angelus de 11 de dezembro de 2005:

"Na atual sociedade de consumo este período sofre, infelizmente, uma espécie de "poluição" comercial, que corre o risco de alterar o seu autêntico espírito, caracterizado pelo recolhimento, pela sobriedade, por uma alegria não exterior, mas íntima."

Se ademais a alegria superficial que aquece muitos corações não é nem mesmo o fruto de um entusiasmo momentâneo – a euforia da festa – mas de um hedonismo procurado e perseguido como estilo de vida, então se torna quase impossível a compreensão autêntica do Natal. Se "se faz da felicidade um ídolo – observou o papa no referido Angelus – toma-se o caminho errado e torna-se realmente difícil encontrar a alegria da qual fala Jesus":

"Infelizmente, essa é a proposta das culturas que colocam a felicidade individual no lugar de Deus, mentalidade que encontra um seu efeito emblemático na busca do prazer a todo custo, no difundir-se do uso de drogas como fuga, como refúgio em paraísos artificiais, que depois ser revelam totalmente ilusórios."

O III Domingo do Advento fala de uma alegria que não precisa ser perseguida ou fabricada, preenchida com cores ou objetos. Trata-se de uma alegria que não faz de modo que o homem a deseje, mas que o alcança, que lhe se faz próxima a partir da penumbra de uma estrebaria de Belém.

Bento XVI o explicou muito bem no Angelus de 14 de dezembro de 2008:

"Porque a "proximidade" de Deus não é uma questão de espaço e de tempo, mas uma questão de amor: o amor aproxima! O próximo Natal nos recordará essa verdade fundamental da nossa fé e, diante do Presépio, poderemos saborear a alegria cristã, contemplando no recém-nascido Jesus a face de Deus que por amor se fez próximo a nós." (RL)







All the contents on this site are copyrighted ©.