2009-12-11 13:36:10

MONS. LANCELLOTTI: POVO DE RUA É CIDADÃO, MAS PARA QUEM TEM FÉ, É NOSSO IRMÃO


Cidade do Vaticano, 11 dez (RV) – As chuvas que atingiram São Paulo nos últimos dias já provocaram pelos menos 23 mortos.

Além de causar alagamentos, interditar imóveis e escolas e paralisar um trânsito em si já caótico, as enchentes têm consequências ainda mais devastadoras para as pessoas sem moradia fixa, segundo o coordenador do Vicariato Episcopal do Povo de Rua, Mons. Júlio Lancellotti: "Eles ficam completamente expostos e mais visíveis neste momento, porque ficam molhados e famintos".

Em entrevista ao Programa Brasileira, ele comenta as palavras pronunciadas por Bento XVI terça-feira passada, na Praça de Espanha, na Solenidade da Imaculada Conceição de Maria. Falando das grandes cidades, e São Paulo é uma delas, o papa disse que estão poluídas espiritualmente, pois as pessoas invisíveis precisam viver, ou melhor, sobreviver, em um mecanismo perverso.

Mons. Júlio denuncia o comportamento de muitos cristãos, que são insensíveis aos sofrimentos do povo de rua, e a truculência dos agentes de segurança, como uma das principais violações cometidas aos seus direitos: "O povo de rua é cidadão. Para quem tem fé, é nosso irmão".

Falando do tempo do Advento, Mons. Lancellotti falou que o grande conforto do povo de rua é saber que Jesus nasceu debaixo do viaduto, na calçada: "Quando eles olham para o presépio, dizem: parece conosco. Jesus é igual a nós, ficou ao relento, sem guarita nem proteção, e é acolhido pelos pastores, que também vivem nas ruas".

Ele estima que nas ruas de São Paulo vivam 12 mil pessoas.

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(BF)







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