2009-12-10 12:09:48

Refugiados ambientais poderão duplicar em 2010


(10/12/2009) No total, em 2008, mais de 20 milhões de pessoas tiveram de abandonar as suas casas devido a alterações climáticas. Refugiados ambientais que poderão duplicar em 2010.
Aquecimento global, cheias ou desflorestamento. Estas foram alguma das causas que ditaram a migração temporária ou definitiva de 20 milhões de pessoas em todo o mundo, no ano passado. Muito mais do que as deslocações originadas por motivos políticos ou religiosos. Fruto das alterações climáticas, estima-se ainda que, nos próximos 40 anos, esse número chegue aos mil milhões.
Os números constam do relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM), ontem divulgado, que revela ainda a precariedade em que vivem os refugiados ambientais, na sua maioria de países pobres e em vias de desenvolvimento: incapacitados de poder sair dos seus países e serem acolhidos noutros mais seguros, acabam por rumar a grandes cidades, aumentando a pressão urbanística e a delapidação dos fracos recursos.
"A maioria destas migrações ocorrem internamente ou entre países vizinhos, contrariamente ao receio instalado de que milhões de pessoas pobres afectadas pelas alterações climáticas possam se refugiar nos países ricos", salienta o relatório da OIM, patrocinado pela Fundação Rockfeller.
Segundos dados da OIM, em pouco mais de duas décadas, os desastres naturais duplicaram. Paralelamente, os efeitos do aumento dos gases estufa também não param de aumentar, revelando-se na crescente desertificação ou na poluição da água potável. O Afeganistão e o Bangladesh são duas das zonas mais problemáticas.
Apesar do alerta da OIM e do Relatório de Desastres Mundiais da Federação Internacional da Cruz Vermelha considerar que, em 2010, poderá ocorrer a migração forçada de 50 milhões de pessoas devido às alterações climáticas , a verdade é que os refugiados ambientais não contam com qualquer protecção jurídica específica internacional.
Para o o especialista em questões ambientais Viriato Seromenho-Marques se o estatuto de refugiados fosse generalizado e passasse a incluir os ambientais, "poderia assistir-se a um aumento da triagem" que já ocorre em países receptores nos casos políticos ou religiosos.
Acrescenta ainda o investigador: "os países mais desenvolvidos não estão a desenvolver políticas de apoio aos países que mais sofrem com as alterações climáticas". "De modo a que não só consigam ultrapassar tais problemas, como ter um desenvolvimento sustentável", sustenta.








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