UE encara cimeira de Copenhaga com grandes expectativas mas os compromissos estão
longe de estar definidos
(6/12/2009) Os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) viajam para Copenhaga com
a convicção que o bloco irá liderar os esforços contra as alterações climáticas, mas,
até ao momento, alguns compromissos de Bruxelas estão longe de estar definidos. A
UE espera que a conferência da ONU sobre as Alterações Climáticas, de 7 a 18 de Dezembro,
seja um êxito e que dê origem a um acordo vinculativo, que inclua objectivos nacionais
de redução de emissões e valores de financiamento para os países em desenvolvimento. Os
27 Estados-membros comprometeram-se, em Dezembro do ano passado, a reduzir em 20 por
cento das suas emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2020, em relação aos níveis
de 1990, posicionando-se desde então como líderes mundiais na matéria. Um corte
que poderia ser alargado para 30 por cento, se outros países industrializados realizassem
"esforços comparáveis". No entanto, Bruxelas não concretizou o que considerava
como um esforço "comparável", existindo a possibilidade da meta dos 30 por cento cair
por terra até ao final das negociações na capital dinamarquesa. A longo prazo (2050),
os europeus ofereceram uma redução entre 80 a 95 por cento, proposta também condicionada
pelos esforços dos outros países industrializados. Sobre as nações em desenvolvimento,
e mais que um corte de emissões, as expectativas europeias estão concentradas nas
medidas que estes países devem tomar para limitar o crescimento das suas futuras emissões,
valores que podiam oscilar entre os 15 e os 30 por cento. Bruxelas espera também
que o futuro novo acordo fixe objectivos de redução de emissões para sectores que
ficaram de fora do Protocolo de Quioto, nomeadamente os transportes aéreos e marítimos,
para os quais propõe cortes de 10 e 20 por cento, respectivamente, até 2020, em comparação
com os níveis de 2005. Os 27 esperam ainda que em Copenhaga sejam acordadas medidas
para diminuir a desflorestação, já que 20 por cento das emissões poluentes mundiais
são uma consequência directa do desaparecimento das florestas. Na área do financiamento,
a UE está consciente de que o mundo industrializado tem uma dívida para com os países
em vias de desenvolvimento, que sofrerem as consequências sem serem historicamente
responsáveis pelas missões poluentes, e já mostrou disponibilidade para contribuir
de maneira justa, mas sem especificar montantes.