Neste Segundo Domingo de Advento o Papa salientou que a Igreja precisa de se purificar
continuamente. Bento XVI pediu que a Conferencia de Copenhaga assuma compromissos
a favor dos pobres e das gerações futuras
O Evangelho não é uma lenda, mas a narração de uma historia verdadeira, e Jesus de
Nazaré é uma personagem histórica inserida naquele contexto preciso. Foi o que salientou
Bento XVI, neste Domingo, dirigindo-se ás cerca de 40 mil pessoas congregadas ao
meio dia na Praça de S. Pedro para a recitação do Angelus. O Papa referia-se ao
Evangelho deste II Domingo de Advento em que Lucas fala de João Baptista que foi o
precursor do Messias e traça com grande precisão as coordenadas espaço - temporais
da sua pregação. Depois desta ampla introdução histórica – explicou o Papa – a
palavra de Deus é apresentada como uma força que desce do alto e se poisa sobre João
Baptista. Citando a este propósito Santo Ambrósio, o grande bispo de Milão cuja
festa ocorre a 7 de Dezembro, o Santo Padre sublinhou que a Palavra de Deus é o sujeito
que move a história, inspira os profetas, prepara o caminho do Messias, convoca a
Igreja. O próprio Jesus – acrescentou – é a Palavra divina que incarnou no seio virginal
de Maria, nele, Deus revelou-se plenamente, disse – nos e deu –nos tudo, abrindo-nos
os tesouros da sua verdade e da sua misericórdia. Desceu portanto a Palavra para que
a terra, que antes era um deserto, produzisse os seus frutos para nós - explicou
o Papa usando as palavras de Ambrósio. E a flor mais linda que germinou da Palavra
de Deus – disse depois Bento XVI – é a Virgem Maria. Ela é a primícia da Igreja, jardim
de Deus na terra. Mas – acrescentou – enquanto Maria é Imaculada, assim a celebraremos
depois de amanhã, a Igreja precisa continuamente de se purificar, porque o pecado
insidia todos os seus membros. Na Igreja está sempre em acto uma luta entre o deserto
e o jardim, entre o pecado que torna a terra árida e a graça que a irriga para que
produza frutos abundantes de santidade. Peçamos á Mãe do Senhor que nos ajude neste
tempo de Advento, a endireitar os nossos caminhos, deixando-nos guiar pela palavra
de Deus. Depois da recitação do Angelus o Papa recordou que nesta segunda feira
dia 7 será inaugurada em Copenhaga a conferencia da ONU sobre as mudanças climáticas,
com a qual a comunidade internacional entende contrastar o fenómeno do aquecimento
global. Faço votos de que os trabalhos ajudem a individuar acções respeitosas
da criação e promotoras de um desenvolvimento solidário, fundados na dignidade da
pessoa humana e orientada para o bem comum – disse o Papa. A salvaguarda da criação
postula a adopção de estilos de vida sóbrios e responsáveis, sobretudo em relação
aos pobres e as geração futuras. Nesta perspectiva – acrescentou Bento XVI - para
garantir pleno sucesso á Conferencia, convido todas as pessoas de boa vontade a respeitar
as leis colocadas por Deus na natureza e a redescobrir a dimensão moral da vida humana