REFLEXÃO SOBRE A LITURGIA DO II DOMINGO DO ADVENTO
Cidade do Vaticano, 06 de dez (RV) - Jerusalém é convidada a trocar as vestes
de luto pelas da justiça. Com essa frase introdutória à primeira leitura deste domingo,
o Profeta Baruc está anunciando a restauração da cidade, promovida pelo coração misericordioso
de Deus. O Senhor ao ensinar as pessoas a praticarem a justiça, estará restabelecendo
uma sociedade justa. Nela as relações humanas serão dirigidas para a paz.
A
misericórdia de Deus é maior que todas as crises e tragédias humanas, por isso Ele
não cessa de recriar, de reanimar seus filhos.
No Evangelho, Lucas mostra João
Batista anunciando a nova sociedade que nasce do batismo de conversão, isto é, nasce
de uma profunda mudança de vida, de um voltar-se para Deus, da prática da justiça
e do desejo de paz. A sociedade antiga, marcada pelos poderes políticos e religiosos,
cederá seu espaço à nova, construída sobre os alicerces da partilha, do serviço, da
misericórdia. Por isso as estradas deverão ser endireitadas, deverá ser corrigido
tudo aquilo que machuca, que incomoda, que faz o povo de Deus sofrer. É necessário
que tudo fique pronto para que todos possam ver a salvação de Deus.
Essa salvação
de Deus só poderá chegar quando os corações forem libertos das amarras da opressão,
de qualquer escravidão, livres de egoísmo e de desvios. Somente aí o Messias, o Salvador,
o Príncipe da Paz poderá exercer sua missão de Pacificador e de Redentor. Poderá realizar
as transformações pessoais e sociais.
A segunda leitura, extraída da Carta
aos Filipenses, coloca-nos Paulo falando: “Tenho a certeza de que aquele que começou
em vós uma boa obra, há de levá-la à perfeição até à vinda de Cristo Jesus.” Para
Paulo, a força do Evangelho é tamanha que é capaz de criar uma nova sociedade, comprometida
com o projeto de Deus, capacitada em discernir o que é melhor para todos.
Preparemo-nos
para o Natal. Preparemo-nos para celebrar a chegada da Vida. Que este tempo nos ajude
a um reajuste ou, se for necessário, a uma total mudança de vida. O Príncipe da Paz
encontre em nossa vida, pessoa capacitada a colaborar com ele na mudança para um mundo
mais justo, mais fraterno, com feições mais humanas, capaz de gestos concretos de
misericórdia – reflexo do seu Criador.