2009-12-04 20:19:14

PAPA ENCONTRA ARCEBISPO ORTODOXO ANASTAS: REFORÇAR COMPROMISSO ECUMÊNICO


Cidade do Vaticano, 04 dez (RV) - Católicos e ortodoxos estejam unidos em testemunhar a sua fé: foi a exortação do papa na audiência desta manhã, no Vaticano, ao chefe do Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa autocéfala da Albânia, arcebispo Anastas.

O pontífice recordou – com admiração – o exemplo dos cristãos albaneses, que mantiveram a sua fé também nos anos da repressão comunista, ressaltando que o cristianismo deixou traços indeléveis na cultura albanesa.

No discurso ao arcebispo ortodoxo de Tirana, Durres e de toda a Albânia, Bento XVI ressaltou que as "relações fraternas entre católicos e ortodoxos" na Albânia dão "inspiração a todo o povo albanês". O Santo Padre enalteceu o testemunho dos cristãos nos anos do regime comunista.

"Durante a segunda parte do século passado – disse o papa – os cristãos da Albânia, tanto ortodoxos quanto católicos, mantiveram viva a fé, apesar do regime ateu extremamente repressivo e hostil." Como se sabe – recordou – "muitos cristãos pagaram cruelmente a sua fé com a própria vida".

Em seguida, elogiou a atividade missionária do arcebispo Anastas, após a queda do regime. Em particular, o pontífice evidenciou a "reconstrução dos lugares de culto", a "formação do clero" e "o trabalho de catequese que se faz". Um movimento de renovação, disse o Santo Padre a Anastas, "que Vossa Beatitude justamente descreveu como "ressurreição"".

"Desde quando teve de volta a liberdade – observou o pontífice – a Igreja Ortodoxa da Albânia foi capaz de participar com êxito do diálogo teológico internacional católico-ortodoxo."

À luz disso, "devemos ressaltar os elementos de fé que as nossas Igrejas partilham", bem como "a comunhão real – embora imperfeita – que já partilhamos e o desejo comum – como também os esforços de colaboração – de edificar a partir daquilo que já existe. Nesse sentido, o papa recordou duas iniciativas importantes na Albânia: a fundação da Sociedade bíblica interconfesional e a criação do Comitê para as relações interconfessionais.

"Trata-se de esforços feitos para promover a compreensão recíproca e a concreta cooperação, não somente entre católicos e ortodoxos, como também entre cristãos, muçulmanos e bektashis."

Bento XVI assegurou que a Igreja Católica fará todo o possível para "dar um testemunho comum de fraternidade e de paz, e para buscar junto" com os ortodoxos albaneses "um renovado compromisso pela unidade das nossas Igrejas, em obediência ao mandamento novo do Senhor".

Por sua vez, o arcebispo Anastas definiu o evento desta manhã como sendo de alcance histórico, vez que pela primeira vez uma delegação oficial de sua Igreja pode vir em visita à Igreja de Roma, tendo "a honra e a alegria" de encontrar o papa.

O arcebispo ortodoxo ressaltou que o mundo de hoje precisa de uma reaproximação entre os cristãos. Por isso, as iniciativas do diálogo teológico voltadas para a reconciliação são "um dever fundamental" para todos os líderes das Igrejas. (RL)







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