PAPA ENCONTRA ARCEBISPO ORTODOXO ANASTAS: REFORÇAR COMPROMISSO ECUMÊNICO
Cidade do Vaticano, 04 dez (RV) - Católicos e ortodoxos estejam unidos em testemunhar
a sua fé: foi a exortação do papa na audiência desta manhã, no Vaticano, ao chefe
do Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa autocéfala da Albânia, arcebispo Anastas.
O
pontífice recordou – com admiração – o exemplo dos cristãos albaneses, que mantiveram
a sua fé também nos anos da repressão comunista, ressaltando que o cristianismo deixou
traços indeléveis na cultura albanesa.
No discurso ao arcebispo ortodoxo de
Tirana, Durres e de toda a Albânia, Bento XVI ressaltou que as "relações fraternas
entre católicos e ortodoxos" na Albânia dão "inspiração a todo o povo albanês". O
Santo Padre enalteceu o testemunho dos cristãos nos anos do regime comunista.
"Durante
a segunda parte do século passado – disse o papa – os cristãos da Albânia, tanto ortodoxos
quanto católicos, mantiveram viva a fé, apesar do regime ateu extremamente repressivo
e hostil." Como se sabe – recordou – "muitos cristãos pagaram cruelmente a sua fé
com a própria vida".
Em seguida, elogiou a atividade missionária do arcebispo
Anastas, após a queda do regime. Em particular, o pontífice evidenciou a "reconstrução
dos lugares de culto", a "formação do clero" e "o trabalho de catequese que se faz".
Um movimento de renovação, disse o Santo Padre a Anastas, "que Vossa Beatitude justamente
descreveu como "ressurreição"".
"Desde quando teve de volta a liberdade – observou
o pontífice – a Igreja Ortodoxa da Albânia foi capaz de participar com êxito do diálogo
teológico internacional católico-ortodoxo."
À luz disso, "devemos ressaltar
os elementos de fé que as nossas Igrejas partilham", bem como "a comunhão real – embora
imperfeita – que já partilhamos e o desejo comum – como também os esforços de colaboração
– de edificar a partir daquilo que já existe. Nesse sentido, o papa recordou duas
iniciativas importantes na Albânia: a fundação da Sociedade bíblica interconfesional
e a criação do Comitê para as relações interconfessionais.
"Trata-se de esforços
feitos para promover a compreensão recíproca e a concreta cooperação, não somente
entre católicos e ortodoxos, como também entre cristãos, muçulmanos e bektashis."
Bento
XVI assegurou que a Igreja Católica fará todo o possível para "dar um testemunho comum
de fraternidade e de paz, e para buscar junto" com os ortodoxos albaneses "um renovado
compromisso pela unidade das nossas Igrejas, em obediência ao mandamento novo do Senhor".
Por
sua vez, o arcebispo Anastas definiu o evento desta manhã como sendo de alcance histórico,
vez que pela primeira vez uma delegação oficial de sua Igreja pode vir em visita à
Igreja de Roma, tendo "a honra e a alegria" de encontrar o papa.
O arcebispo
ortodoxo ressaltou que o mundo de hoje precisa de uma reaproximação entre os cristãos.
Por isso, as iniciativas do diálogo teológico voltadas para a reconciliação são "um
dever fundamental" para todos os líderes das Igrejas. (RL)