Doação de órgãos, um acto de solidariedade, nas conclusões do encontro nacional da
pastoral da saúde, em Fátima
(3/12/2009) A Comissão Nacional da Pastoral da Saúde defende a sensibilização para
a doação de órgãos, quer em vida ou após a morte, considerando que esta é uma "forma
privilegiada de solidariedade". Nas conclusões do XXII Encontro Nacional da Pastoral
da Saúde, que esta quinta-feira, terminou em Fátima, com o tema "Transplante de órgãos,
doação para a vida", sustenta-se "que se sensibilizem as populações para a doação
de órgãos numa sociedade que se quer solidária". A comissão preconiza mesmo a
elaboração de material de informação que "dê notícia das muitas situações clínicas
em que a transplantação de órgãos proporciona às pessoas que eram doentes quer a cura
das suas limitações quer a qualidade de vida que sempre desejaram ter". "Este
material será depois posto à disposição das comunidades cristãs, que querem colaborar
na difusão da ideia de que a doação de órgãos é uma expressão privilegiada da solidariedade",
referem as conclusões. O documento sugere também aos núcleos paroquiais da Pastoral
da Saúde, "já presentes em muitas comunidades cristãs, que criem grupos de dadores
de sangue e, simultaneamente, grupos que se proponham estudar as situações em que
muitas pessoas se podem tornar dadores de sangue e dadores de órgãos em vida ou depois
da morte". Por outro lado, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde considera
ser necessário "valorizar o papel dos capelães e outros agentes de assistência espiritual
e religiosa, nos hospitais e centros de transplante, em diálogo interdisciplinar com
as equipas técnicas". Neste aspecto, salienta que razões de natureza espiritual
e religiosa "podem, por vezes, ajudar a vencer as dificuldades infundadas quer quanto
à transplantação, quer quanto à doação de órgãos". O documento final do encontro,
que reuniu desde segunda-feira 600 pessoas, congratula-se ainda com a colaboração
entre a Pastoral da Saúde e a Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação
nesta iniciativa, assim como da actividade que querem desenvolver "para criar em Portugal
uma nova mentalidade, no campo da doação de órgãos, uma autêntica cultura de solidariedade".