Lisboa, 02 dez (RV) - O dia 1º de dezembro marcou a entrada em vigor do Tratado
de Lisboa. Para além da reforma das Instituições da União Europeia o Tratado introduz
no direito fundamental da União um artigo de importância considerável para as Igrejas,
reconhecidas agora no seu contributo específico. No número 17, o Tratado determina
que a UE mantenha um “diálogo aberto, transparente e regular com as Igrejas”, associações
ou comunidades religiosas.
Em virtude deste artigo, - refere um comunicado
da Comissão dos Episcopados Católicos da Comunidade Europeia (COMECE) - as Igrejas
“vão poder reforçar o seu diálogo com a Comissão, o Conselho e o Parlamento europeus
e contribuir mais eficazmente para a reflexão política europeia”.
“Inspirados
na Doutrina Social da Igreja e fortalecidas pela sua experiência de terreno, as Igrejas
poderão conduzir um diálogo crítico e construtivo com os líderes europeus sobre as
políticas elaboradas pela EU”, destaca o comunicado.
Para a COMECE, hoje, às
vésperas de uma nova década, são os mesmos problemas urgentes que preocupam a União
Europeia e as Igrejas: a solidariedade para com os mais fracos no seio das sociedades;
a economia ao serviço do ser humano; a solidariedade intergeracional e com os países
em desenvolvimento; as mudanças climáticas e a preservação da criação; o acolhimento
dos migrantes e o diálogo intercultural.
As Igrejas na Europa acolhem de boa
vontade o diálogo com a UE como instrumento que “lhes permitirá acompanhar mais eficazmente
a União, a fim de que esta se torne uma comunidade de povos e de valores, consciente
da sua responsabilidade, unida e acolhedora”. (SP)