Berna, 1º dez (RV) – O mundo muçulmano condena o voto dos suíços no referendo
que proibiu a construção de minaretes em território helvécio. O voto é visto com uma
manifestação de islamofobia, mas se registram também convites à moderação, por causa,
certamente, das reações negativas do governo de Berna, do episcopado católico do país
e de organismos como Anistia Internacional.
“O que é mais doloroso para nós
– disse o coordenador da Organização islâmica na Suíça, Farhad Afshar – não é a proibição
dos minaretes, mas o que indica esse voto, ou seja, que os muçulmanos não são aceitos
como comunidade religiosa”.
No mundo islâmico registram-se reações fortes,
como a do Grão-mufti do Egito, Ali Gomaa, para quem a proibição é “um insulto” aos
muçulmanos de todo o mundo. “Não se trata - declarou Ali Gomaa à agência egípcia MENA
– de um simples atentado à liberdade religiosa, mas é também um insulto aos sentimentos
da comunidade muçulmana na Suíça e no mundo”.
Prevalecem, porém, aqueles que
convidam à calma. Como é o caso de Maskuri Abdillah, chefe da Nahdlatul Ulama, a principal
organização islâmica da Indonésia que falou de “ódio” e “intolerância”, enquanto o
voto, a seu ver, “é um sinal de ódio dos suíços para com os muçulmanos. Porém Abdillah
convidou os muçulmanos do seu país a reagirem “mostrando a eles tolerância e a sua
adesão à liberdade de culto”.
Na mesma linha, o secretário geral da Organização
da Conferência Islâmica, Ekmeleddin Ihsanoglu, que se disse confiante que os suíços
saberão “tomar a melhor decisão” e abolir a proibição. (SP)