Mindanao, 1° de dez (RV) - Padre Sebastiano D’Ambra, um perito no diálogo com
os muçulmanos nas Filipinas, advertiu que o recente massacre no qual perderam a vida
57 pessoas na ilha de Mindanao – entre as quais estava uma repórter católica – pode
exacerbar as tensões em uma zona onde são muitos os fundamentalistas islâmicos.
Em
declarações à organização internacional católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o
sacerdote italiano assinalou que “o diálogo inter-religioso se faz hoje cada vez mais
complicado pela influência de grupos que não aceitam o diálogo entre cristãos e muçulmanos”.
Padre
Sebastiano, que também é fundador de um projeto inter-confessional, o “Movimento Silsilah”,
e dedicou-se a este trabalho por quase 30 anos, explicou que “antes dos anos 70, havia
uma forma tradicional de viver o Islã na região. As relações entre cristãos e muçulmanos
eram bastante boas, mas por diversas razões houve uma deterioração. E o isso se tornará
cada vez mais grave a menos que a situação política melhore. Mas depois dos assassinatos
do último dia 23 de novembro, “não acredito que aconteça logo”.
O sacerdote,
que recebe para seu projeto ajuda financeira da AIS, destacou algumas atividades do
Movimento Silsilah: gerou diversas oportunidades para a cooperação inter-confessional
como um instituto para o diálogo inter-religioso; um centro de capacitação; diversas
atividades para jovens de diversos credos, entre outros.
Seus projetos também
incluem a próxima criação de um centro midiático que prepare materiais de rádio e
televisão para promover a paz. (SP)