Entra em vigor o Tratado de Lisboa: nasce hoje uma UE diferente
(1/12/2009) Quase dois anos depois de ter sido assinado na capital portuguesa pelos
27, o tratado reformador da União Europeia entra hoje em vigor. A ocasião vai ser
assinalada com uma cerimónia rápida e simbólica na Torre de Belém. Estarão presentes
e discursarão o Presidente e o primeiro- -ministro de Portugal, Cavaco Silva e José
Sócrates, os presidentes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, Durão Barroso
e Jerzy Buzek, o presidente em exercício da UE, Fredrik Reinfeldt, o novo presidente
permanente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, o primeiro--ministro espanhol,
Rodríguez Zapatero, cujo país assume em Janeiro a presidência rotativa da UE. Presente
também estará a nova alta-representante para a Política Externa e de Segurança Comum,
Catherine Ashton O Tratado de Lisboa, aumenta a democracia na UE e reforça os poderes
do Parlamento Europeu (PE). Na Política Agrícola Comum, os eurodeputados decidem pela
primeira vez em conjunto com os ministros nacionais. Estão em igualdade na justiça
e assuntos internos, pescas e política comercial, a decidir como usar os fundos estruturais.
Tal aumento de competências assenta na co-decisão, já exercida no mercado único, ambiente
e emprego. O Tratado melhora a governação europeia e aumenta a influência de cidadãos
e parlamentos nacionais. E dá aos europeus voz na tomada de decisões com a "iniciativa
de cidadania europeia", na qual um milhão de pessoas envia à Comissão uma petição
para que crie uma proposta de lei. A UE representa uma Europa de valores, liberdade
e solidariedade. O Tratado torna vinculativa a Carta dos Direitos Fundamentais, que
garante a não violação dos direitos humanos pelas instituições.