SANTA SÉ: BENS CULTURAIS SÃO OBRAS VIVAS, E NÃO SOMENTE PEDRAS PRECIOSAS
Cidade do Vaticano, 27 nov (RV) - Uma coletiva de imprensa pela manhã e, à
tarde, uma jornada de estudo: essas foram as iniciativas para recordar os 20 anos
de atividade da Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja.
O presidente
da Comissão, Dom Gianfranco Ravasi, recordou que os bens culturais não são somente
pedras preciosas, mas necessitam de proteção, fazer com que esse patrimônio não pereça
e, sobretudo, que possa dialogar com a modernidade. Uma tentativa, nesse sentido,
é a participação da Santa Sé na 54ª Bienal de arte contemporânea de Veneza, em 2012.
Dom
Ravasi destacou a importância de ter a coragem de novas linguagens: "O artista se
expressa com a sua nova gramática. O sacro continua a atualizar-se, continua a expressar-se
em formas culturais e musicais diferentes. Certamente, deve ser consciente da finalidade.
Algo que é muito difícil agora, porque estamos em uma sociedade secularizada, porque
muitas vezes o artista não é instruído suficientemente de maneira nobre".
Além
disso, acrescentou o arcebispo, existe o trabalho de manutenção e tutela dos bens
culturais, que apresenta diversas problemáticas, inclusive pela mudança de algumas
concepções. Entre essas mudanças, ele citou a tutela prevista recentemente pela UNESCO
também de bens imateriais, que representa uma conquista cultural.
A Pontifícia
Comissão para os Bens Culturais da Igreja foi criada a pedido do Papa João Paulo II,
em 1989 – uma intuição que se insere em uma contínua sensibilidade que une os últimos
pontífices até o Papa Bento XVI. (BF)