(26/11/2009) A exclusão social é um facto em Angola, segundo as conclusões da II
Assembleia Plenária da CEAST, que decorreu de 13 a 20 de Novembro do ano em curso,
em Luanda. Os bispos de Angola e São Tomé deploraram esta condição, ao analisar
a situação social do país, augurando que o fosso entre ricos e pobres seja debelado;
enfatizou também o compromisso que a Igreja tem em relação às questões ambientais;
saudou os vários empreendimentos sociais em curso, bem como o processo eleitoral realizado,
destacando o contributo da Igreja no fomento do diálogo, tolerância, reconciliação,
unidade na diversidade e defesa dos direitos humanos. E o primeiro pronunciamento
sobre a sociedade do novo Presidente da CEAST, o arcebispo do Lubango D.Gabriel Mbilingue,
é um inflamado discurso contra corrupção e ao escamoteamento de vícios nocivos ao
desenvolvimento salutar do país. Segundo o prelado , as posições da igreja têm
soado como um incómodo às autoridades angolanas. “Os apelos nem sempre agradam.
Quando a gente faz uma denúncia … nem sempre encontramos uma resposta satisfatória”
– sustenta o Bispo. Ignorar as questões, tem sido a estratégia recorrente dos
políticos que governam Angola, de acordo com o arcebispo do Lubango “ Há apelos
que se fazem e, passados muitos meses está tudo na mesma” – exemplificou. D.Gabriel
Mbilingue explica que “ há aqui uma táctica muito comum nas questões complicadas”,
que se traduz filosoficamente na chamada ignorância da questão, ou seja, “ fala-se
naquele dia e nunca mais se toca neste assunto”. Entretanto, revela que “ muitos
destes políticos, no nosso caso de Angola serão cristãos”, que deram e continuam
a dar mau exemplo pela forma como governam os seus povos.