PAPA PROPÕE SANTÍSSIMA TRINDADE COMO MODELO PERFEITO DE COMUNHÃO
Cidade do Vaticano, 25 nov (RV) – Na Audiência Geral de hoje, na Sala Paulo
VI, Bento XVI ilustrou a fiéis e peregrinos a vida de dois monges do século XII da
Abadia de São Vítor, em Paris: Hugo e Ricardo – figuras exemplares que mostraram a
íntima união que existe entre fé e razão.
Naquele período, a Abadia de São
Vítor contava com uma importante escola de teologia monástica e teologia escolástica.
Neste contexto, Hugo ingressou na Abadia, primeiro como aluno e logo como mestre,
alcançando uma fama notável, a ponto de ser chamado o "segundo Santo Agostinho", por
sua dedicação às ciências profanas e à teologia. Hugo infundia em seus discípulos
um constante desejo de conhecer toda a verdade.
Entre seus alunos, destacava-se
o escocês Ricardo de São Vítor, que exerceu durante anos a função de Prior desta comunidade.
Em
seus ensinamentos, convidava os fiéis a um contínuo exercício das virtudes, para alcançar
uma estável maturidade humana e, assim, poder aceder à contemplação e à admiração
das maravilhas da sabedoria.
"Autores como Hugo e Ricardo de São Vítor nos
movem à contemplação das realidades celestes e à admiração da Santíssima Trindade
como modelo perfeito de comunhão. Quanto mudaria o mundo se nas famílias, nas paróquias
e em qualquer comunidade as relações tivessem como modelo as três Pessoas divinas,
que não somente vivem com as outras, mas para as outras e nas
outras!" – disse Bento XVI.
No final da Audiência, o papa fez o resumo de sua
catequese em várias línguas, entre as quais o português:
"Queridos irmãos
e irmãs, No século XII, a Abadia de São Vítor, em Paris, contava entre os
seus mestres Hugo e Ricardo, duas figuras exemplares de teólogos e filósofos crentes
que se empenharam a mostrar a concórdia entre a razão e a fé. Hugo de São Vítor estimulava
a uma sã curiosidade intelectual, considerando como o mais sábio quem tiver procurado
aprender qualquer coisa de todos. Quem aprendeu o sentido da história descrito na
Bíblia, sabe que as vicissitudes humanas não são guiadas por um destino cego, mas
age nelas o Espírito Santo que suscita um diálogo maravilhoso dos homens com Deus,
seu amigo. Deste Deus que é amor, fala Ricardo de São Vítor na sua obra sobre a Trindade.
A divindade é como uma onda amorosa que jorra do Pai, flui e reflui no Filho para
ser depois felizmente difusa no Espírito Santo."
A seguir, o pontífice
saudou os peregrinos de língua portuguesa: "Saúdo o grupo de Alphaville e demais
peregrinos de língua portuguesa, desejando que o exemplo das três Pessoas divinas
– cada uma vive não só com a outra, mas para a outra e na outra – possa inspirar e
animar as vossas relações humanas de todos os dias. Com estes votos, de bom grado
a todos abençôo". (BF)