EL SALVADOR: ORGANIZAÇÕES PEDEM QUE GOVERNO SE DESCULPE POR MORTE DE DOM ROMERO
San Salvador, 25 nov (RV) - Organizações sociais reafirmaram ontem seu pedido
ao presidente salvadorenho, Mauricio Funes, para que peça perdão pela responsabilidade
do Estado no assassinato do Arcebispo Oscar Arnulfo Romero, em um ato que esperam
se realize em 24 de março de 2010, trinta anos depois do crime.
A "Concertación
Monseñor Romero", que reúne cerca de 25 organizações, expressou em comunicado que
continuará "exigindo do Estado salvadorenho o cumprimento completo das medidas de
reparação", ditadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Todavia,
a "Concertación" reconheceu, "por sua transcendência histórica", a posição adotada
por El Salvador na audiência realizada em 6 de novembro passado, diante da CIDH, em
que os representantes do governo de Funes se comprometeram em "cumprir de boa fé"
e na medida de suas possibilidades as recomendações da Comissão.
A CIDH pediu
ao governo salvadorenho que realize de maneira veloz uma investigação judicial completa,
imparcial e efetiva sobre o caso, a fim de identificar, julgar e sancionar todos os
autores materiais e intelectuais, sem prejudicar a Lei de Anistia decretada. Também
ordenou ao Estado que repare todas as conseqüências das violações cometidas, incluindo
o pagamento de uma justa indenização, e que adéque sua legislação interna à Convenção
Americana.
No documento, as organizações exigem "a realização de um ato oficial
e público de pedido de perdão por parte do Estado salvadorenho, presidido pelo presidente
da República".
Dom Romero, assassinado em 1980 enquanto celebrava uma missa,
é conhecido por denunciar as atrocidades perpetradas contra a população civil nos
anos que antecederam a guerra civil.
Funes disse na segunda-feira que, "no
momento certo" fará um ato para pedir perdão em nome do Estado por todas as vítimas
e as violações aos direitos humanos que foram cometidas durante a guerra. (BF)