Crianças nos orfanatos por causa da pobreza : a maioria têm pais vivos
(25/11/2009) Quatro em cada cinco crianças que vivem em orfanatos nos países em desenvolvimento
têm, pelo menos, um dos pais vivos, refere um relatório da organização Save the Children,
divulgado segunda feira. Mais do que a perda da mãe ou do pai é a pobreza que faz
com que muitas acabem em instituições. Na Indonésia, 94 por cento das crianças
que vivem em orfanatos têm pelo menos um dos pais vivo A Save the Children acusa
organizações de coagirem ou enganarem pais pobres para os convencerem a entregarem-lhes
os seus filhos. O resultado, denuncia, é que milhões de crianças ficam sujeitas a
violação, tráfico e maus tratos. As crianças tornaram-se “mercadorias” de uma indústria
em crescimento, refere o relatório. As crianças que vivem em instituições e têm,
pelo menos, um dos pais são 98 por cento na Europa central e de leste, 94 por cento
na Indonésia e 90 por cento no Gana, exemplos destacados pelo diário The Guardian. A
Save the Children diz que os recursos para a infância devem ser prioritariamente encaminhados
para as famílias de modo a que consigam cuidar das suas crianças. Ao mesmo tempo defende
o acompanhamento mais próximo das instituições.
O relatório refere que em alguns
países os orfanatos se tornaram um negócio devido aos incentivos governamentais e
donativos. Calcula-se que cerca de oito milhões de crianças vivam em orfanatos e instituições
similares, mas o número poderá ser bem mais elevado, uma vez que, em muitos casos,
não há registo de internamento.