2009-11-20 10:11:02

CNBB PRESSIONA PARA DEBATE DO 'FICHA LIMPA'


Brasília, 20 nov (RV) - Integrantes do Movimento de Combate à Corrupção foram ontem à Câmara dos Deputados pressionar o presidente Michel Temer a levar à discussão a proposta que impede a candidatura de políticos com a ficha suja. Depois de recolher mais de 1,3 milhão de assinaturas, o projeto de lei complementar chegou à Câmara e já pode ser votado em plenário, mas enfrenta resistência entre os parlamentares, e até hoje não tem relator e sequer foi debatido.
Após encontrar-se com Temer, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Dimas Lara Barbosa, disse que a CNBB “gostaria que o tema fosse pautado ainda este ano; esse projeto não é contra os parlamentares, mas a favor da cidadania”.

O presidente da Câmara comprometeu-se em consultar os líderes partidários para decidir quando o projeto irá para a pauta de votação do plenário; no entanto, o deputado Chico Alencar, que acompanhou os integrantes do Movimento na audiência com Temer, adiantou que a chance do projeto ser votado ainda este ano é muito pequena.

Para pressionar pela aprovação do projeto, Dom Dimas informou que daqui a duas semanas, no dia 9 de dezembro (dia internacional de combate à corrupção), o Movimento vai trazer mais assinaturas favoráveis à proposta: “Já temos outras 50 mil assinaturas colhidas nas ruas, que serão entregues no dia 9 de dezembro, Dia Internacional contra a Corrupção” - contou.

O projeto de lei complementar prevê que pessoas condenadas em primeira instância, ou com denúncia recebida por um tribunal, por crimes de racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas não poderão se candidatar em eleições. Também não poderão concorrer candidatos já condenados por compra de votos ou uso da máquina eleitoral.

E a respeito de corrupção, como todos os anos, a organização não-governamental “Transparency International”, publicou em Berlim, o relatório que classifica 180 países com índices de zero a dez, sendo o zero equivalente ao nível mais alto de corrupção. A classificação é elaborada com base na percepção de corrupção no setor público em sondagens com empresários e especialistas.

O Brasil passou da 80ª para a 75ª posição, figurando ao lado de Colômbia, Peru e Suriname.

Os cinco países melhor colocados são a Nova Zelândia, Dinamarca, Singapura, Suécia e Suíça. Em último lugar, ficou a Somália, dividida por anos de guerra e violência. Os países que a precedem são Afeganistão, Mianmar, Sudão e Iraque.

A espiral de violência talibã e a instabilidade política explicam o penúltimo lugar do Afeganistão no ranking. Ao prestar juramento ontem para um segundo mandato, o presidente afegão, Hamid Karzai, tentou transmitir segurança à comunidade internacional, prometendo acabar com o “culto à impunidade” e fixando um prazo de cinco anos para que Cabul assuma as rédeas da segurança do país.

“Transparency International” observa que no fim da lista estão os países mais marcados pelas guerras e pelos conflitos longos, onde há falta de estabilidade e de ordem. “É aí que floresce a corrupção” – observa Sylvia Schenk.

A ONG, que publica o relatório há 14 anos, ressalta que nenhuma região do mundo é imune aos perigos da corrupção na administração pública. Mais de metade dos países avaliados tem nota negativa.

Entre os europeus, os piores classificados são a Romênia, a Grécia, a Bulgária, a Itália e a Eslováquia. (CM)







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