2009-11-18 12:30:48

O 'MEA CULPA' DA IGREJA AUSTRALIANA


Canberra, 18 nov (RV) - Depois das palavras do Premiê Kevin Rudd, que pediu desculpas pelos sofrimentos causados às crianças aborígines entre 1930 e 1970, é a vez da Igreja Católica australiana renovar o “mea culpa” em relação à chamada “stolen generation”, a “geração roubada”.
Em consonância com a ideologia colonialista da época, que via a cultura local com desprezo, milhares de crianças foram extirpadas de suas famílias, adotadas por brancos ou levadas a orfanatos e educadas à força, muitas vezes, violadas ou mal-tratadas.
Nos últimos dias, a Conferência Episcopal deu sequência à importante postura assumida pelo governo australiano e admitiu as próprias responsabilidades, pedindo desculpas à comunidade aborígine: “Sentimo-nos amargurados pela dor causada se a palavra da Igreja negou ou minimizou o sofrimento das vítimas” – declarou Dom Philip Wilson, presidente da Conferência Episcopal australiana, recordando o documento “Towards Healing” (“Rumo à cura”), publicado em 1996, em que a Igreja enfrentou a questão pedindo perdão por suas faltas.
“Imploramos para que o arrependimento expresso pelo governo possa ter um papel importante para cicatrizar muitas feridas que ainda hoje existem na sociedade australiana” – continuou Dom Wilson – auspiciando a plena reconciliação e integração das comunidades aborígines no tecido social do país.
Em audiência no Parlamento de Canberra, o Premiê Rudd admitiu as culpas do governo pelo sofrimento de milhares de pessoas que tiveram sua infância perdida ou violada, e resumiu o sentimento dos australianos afirmando que o país “se sente desolado por aquela tragédia absoluta”.
Atualmente, os aborígines na sociedade australiana são cerca de 470 mil e a Igreja Católica atua junto à comunidade com diversos programas de desenvolvimento humano, instrução e solidariedade. (CM)







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