As catedrais, gloria da Idade Média cristã, recordam-nos que asenda da beleza,
é um caminho privilegiado e fascinante para nos aproximarmos do Mistério de Deus
(18/11/2009) As obras primas de arte são incompreensíveis se não se tem em conta
a alma religiosa que as inspirou e por isso entre fé e arte existe uma sintonia profunda:
afirmou Bento XVI durante a audiência geral desta quarta feira na Aula Paulo VI perante
cerca de 8.000 pessoas, recordando o encontro com os artistas programado para o próximo
sábado dia 21. Quando a fé celebrada na liturgia encontra a arte - observou o Papa
dedicando a sua catequese á beleza e ao significado das grandes catedrais europeias
– revela-se uma sintonia profunda, porque ambas podem e querem falar de Deus, tornando
visível o invisível. Um pensamento que Bento XVI disse querer partilhar com os artistas
que encontrará no próximo sábado na Capela Sistina, uma proposta de amizade entre
espiritualidade cristã e arte, já cultivada por Paulo VI e João Paulo II e que o actual
pontífice deseja reiterar Estas as palavras de Bento XVI falando em português.
Queridos irmãos
e irmãs, Fruto de uma profunda harmonia entre a fé cristã e a cultura,
a Idade Média viu nascer uma das maiores criações artísticas da civilização universal:
as igrejas e catedrais românicas e góticas. A partir do século IX, surgem as sólidas
construções românicas caracterizadas pelo aumento das dimensões longitudinais e pelas
suas abóbadas em pedra com traços simples e essenciais. Nos séculos XII e XIII, chega-se
às majestosas catedrais góticas, que se distinguem das românicas pela altura esguia
das construções e a sua luminosidade. O objetivo era traduzir, através das suas linhas
arquitetônicas, o desejo de Deus no coração do homem. Contemplando a força do estilo
românico e o esplendor do gótico, adentramo-nos na senda da beleza, que é um caminho
privilegiado e fascinante para nos aproximar do Mistério de Deus.