Santa Sé salienta necessidade de uma reforma oportuna e realista do Conselho de Segurança
da ONU
(17/11/2009) O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Arcebispo Celestino
Migliore, interveio na passada Sexta-feira na Assembleia Geral da ONU, falando sobre
a questão do direito de veto no Conselho de Segurança (CS). Segundo o prelado, este
é um organismo que necessita de ser reformado. Nesta fase de negociações intergovernamentais,
analisou o arcebispo italiano, a abolição do direito de veto parece pouco praticável.
Todavia, é necessária uma reforma mais oportuna e realista. Em muitas ocasiões,
observou ainda, a sua aplicação travou e impediu mesmo a solução de questões cruciais
para a paz e a segurança mundiais, permitindo a perpetração da violação da liberdade
e da dignidade humana. Com frequência, acrescentou D. Migliore, é a falta de intervenção
que provoca um dano real. Neste contexto, a Santa Sé reconhece a importância do parecer
expresso por outras delegações e considera que os cinco membros permanentes do Conselho
de Segurança deveriam empenhar-se em não dar um veto em situações nas quais estão
implicados genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e graves violações
do direito humanitário internacional. Um diálogo mais aberto e uma cooperação entre
os membros permanentes e os outros membros do Conselho de Segurança são cruciais para
evitar obstáculos na tomada de decisões, afirmou D. Migliore, que conclui recordando
que uma reforma do organismo favoreceria a transparência, a igualdade e a justiça,
reflectindo os valores da democracia e da confiança no trabalho do Conselho de Segurança. Os
cinco membros permanentes do Conselho são Estados Unidos da América, Rússia, Reino
Unido, França e China.