CONVERTER CORAÇÕES PARA DERROTAR FOME: MONS. GANDOLFO COMENTA DISCURSO DO PAPA NA
FAO
Cidade do Vaticano, 17 nov (RV) - Reconhecer o "valor transcendental" de todo
homem "permanece sendo o primeiro passo para favorecer aquela conversão do coração
que pode sustentar o compromisso a erradicar a miséria": é uma das passagens centrais
do discurso de Bento XVI feito nesta segunda-feira em Roma, na sede da Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), por ocasião da Cúpula
mundial sobre a segurança alimentar.
O Santo Padre afirmou também, com firmeza,
que "há alimento para todos", que é o egoísmo que produz a miséria. Portanto, é preciso
mudar os estilos de vida, como, aliás, o pontífice pede também em sua encíclica Caritas
in veritate.
A esse propósito, eis o que nos disse o responsável do Serviço
da Conferência Episcopal Italiana para as iniciativas caritativas em favor do Terceiro
Mundo, Mons. Giovanni Battista Gandolfo, entrevistado pela Rádio Vaticano:
Mons.
Giovanni Battista Gandolfo:- "Creio que um dos primeiros pontos da vida cristã
seja justamente mudar o atual estilo de vida, mesmo porque hoje temos pouco respeito
pelos verdadeiros valores da existência. Uma dessas situações diz respeito exatamente
à relação com os homens que sofrem a fome. Portanto, se não mudarmos estilo de vida
não poderemos ir ao encontro dessas pessoas: muito se falará – serão ditas palavras
bonitas como se fez até agora – mas o pontífice intervém para indicar que, efetivamente,
existem possibilidades para acabar com a fome e que essas possibilidades não são utilizadas."
P.
Os homens pertencem a uma única família, disse o papa em seu discurso. Portanto, uma
pessoa que morre de fome interpela cada um de nós. De que modo a Igreja pode promover
esse espírito de solidariedade, de comunhão?
Mons. Giovanni Battista
Gandolfo:- "A Igreja sempre buscou ir ao encontro das necessidades das pessoas.
Para que se vá realmente ao encontro dessas necessidades é necessário retornar aos
valores transcendentais da pessoa e, ao mesmo tempo, buscar dar à pessoa não somente
uma ajuda, mas expressar essa ajuda e essa solidariedade mediante projetos, educando
as pessoas para que não sejam somente tiradas da situação de fome, mas para que se
tornem elas mesmas protagonistas de sua luta contra a fome." (RL)