A Palavra de Cristo não "passa", é semente de eternidade para quem a acolhe e observa:
Bento XVI no Angelus. Papa evocou também as vítimas de acidentes rodoviários
(16/11/2009) A Palavra de Cristo é potente, contém um gérmen de eternidade, que transforma
os que a escutam e acolhem: sublinhou o Papa neste domingo ao meio-dia, na Praça de
São Pedro, por ocasião do Angelus. Bento XVI começou por recordar que se conclui
em breve o Ano Litúrgico, ocasião para “dar graças ao Senhor que nos concedeu percorrer
uma vez mais este caminho de fé – antigo e sempre novo – na grande família espiritual
da Igreja”. “É um dom inestimável que nos permite viver na história o mistério de
Cristo, acolhendo nos sulcos da nossa existência pessoal e comunitária a semente da
Palavra de Deus, semente de eternidade que transforma a partir de dentro este mundo,
abrindo-o ao Reino dos Céus”.
O Papa deteve-se então numa afirmação de Jesus
o Evangelho deste domingo – passagem que (disse) “impressiona pela sua clareza sintética”:
“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar”. Tudo no universo
é finito, está chamado a “passar”. As palavras de Jesus não são deste mundo finito,
não passarão, isto é, estão da parte de Deus, são eternas. Como na parábola em
que Cristo, comparando-se ao semeador, explica que a semente é a sua palavra: “aqueles
que a escutam, a acolhem e dão fruto fazem parte do Reino de Deus, isto é, vivem sob
a sua senhoria; permanecem no mundo, mas já não são do mundo; levam em si um gérmen
de eternidade, um princípio de transformação que se manifesta já agora numa vida boa,
animada pela caridade, e no final produzirá a ressurreição da carne. É esta a potência
da Palavra de Cristo”.
Bento XVI concluiu recordando o “sinal vivo desta
verdade” que é a Virgem Maria. “O seu coração foi terra boa que acolheu com plena
disponibilidade a Palavra de Deus, de tal modo que toda a sua existência, transformada
segundo a imagem do Filho, foi introduzida na eternidade, alma e corpo, antecipando
a vocação eterna de cada ser humano”.
Na saudação em francês, depois das
Ave Marias, Bento XVI recordou que no Evangelho deste domingo Jesus nos diz que é
inútil interrogar-se sobre o final dos tempos: “Vivamos cada instante da nossa vida
sob o olhar de Cristo. Fazendo-nos o dom da sua vida, ele tudo completou. É Ele a
nossa esperança, porque dia a dia Ele introduz na eternidade a nossa história.”
Nas
palavras em inglês, o Papa evocou o Dia Mundial de Memória das Vítimas do Tráfico
rodoviário, convidando a rezar por essa intenção: pelos mortos e feridos, mas também
pelos familiares afectados. E fez votos de boa viagem para todos os que neste domingo
se encontravam a bordo dos seus veículos.