Rumbeck, 13 nov (RV) – Se o governo sudanês não se comprometer a garantir a
segurança e a preparar os cidadãos às eleições gerais de 2010, também o referendum
sobre a independência do Sul do Sudão, em 2011, corre o risco de falir. Foi o que
denunciou o bispo de Rumbeck no sul do Sudão. Numa declaração divulgada nos dias passados
e retomada pela agência católica africana CISA, o bispo comboniano revela que a região
“se encontra não em uma, mas em diversas crises”. Ele denuncia em particular o clima
de “guerra fria” e de “crescente insegurança, instabilidade e brutal violência” que
continua a atingir sobretudo essa parte do país, afligido por um “alarmante crescimento
da criminalidade e da pobreza”.
O que preocupa Dom Mazzolari é o adiamento
para 2010 das eleições gerais, previstas inicialmente para o último mês de julho.
Segundo o bispo, isso revela a “falta de preparação” do governo e a sua vontade de
impedir a realização de “justas e livres eleições” no Sudão: “Com as suas ações os
líderes do governo de Cartum demonstraram que não são confiáveis. É evidente que este
regime opressivo respeitará somente com as palavras as disposições do Comprehensive
Peace Agreement (CPA), o acordo de paz assinado em Nairobi em 2005 entre o governo
e os rebeldes do SPLA, após mais de vinte anos de guerra civil, e fará de modo que
nenhuma ação seja tomada até quando povo do sul do Sudão não poderá mais reagir e
realizar o seu sonho.
“Se os contínuos adiamentos e a falta de meios, como
também as violentas intimidações das milícias repercutirem sobre as eleições –é a
advertência de Dom Mazzolari – também o referendo para a independência será atingido”.
O prelado faz então um apelo aos artífices dos acordos de paz, aos países africanos
membros da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento e a toda a comunidade
internacional a verificar a sua plena atuação e em particular que os cidadãos sejam
adequadamente preparados para o voto para garantir “um processo democrático justo,
livre e seguro”. (SP)