Roma, 13 nov (RV) - Começa hoje na capital italiana e prossegue até o dia 17,
o Forum pela Soberania Alimentar dos Povos 2009, que se realiza às vésperas da Cúpula
Mundial sobre Segurança Alimentar da Organização das Nações Unidas para a Agricultura
e a Alimentação, FAO, marcada para de 16 a 18 de novembro.
400 delegados de
70 países estão presentes representando organizações da sociedade civil, de pequenos
produtores de alimentos, agricultores, pescadores, povos indígenas, trabalhadores
rurais e da alimentação, juventude rural, grupos de mulheres e grupos transumantes.
Analisando as causas primárias da fome e da má nutrição, o Forum pela Soberania
Alimentar quer obter uma mudança nas políticas agrárias e de alimentação dominantes
mediante a apresentação de propostas consequentes de anos de resistência dos pequenos
produtores de alimentos e dos pobres das cidades. "Não haverá soluções para as crises
do mundo enquanto a sociedade civil não tiver um papel de protagonista e não existir
diálogo com os governos" - asseguram os promotores. Segundo dados da ONU, mais
de um bilhão de pessoas passam hoje fome em todo o mundo, o que significa 100 milhões
a mais do que em 2008. Uma combinação de vários fatores, como o aumento do preço dos
alimentos, da demanda provocada pelo desenvolvimento dos biocombustíveis, a desaceleração
econômica global e uma série de processos especulativos gerados nos mercados internacionais
estão na raíz deste insucesso. A situação agrava-se com o rápido crescimento
da população. Projeções recentes da ONU indicam que a população mundial passará de
6,8 bilhões de pessoas para 9,1 bilhões, em 2050. Caso providências cabíveis e concretas
não forem tomadas rapidamente, o risco é que a crise alimentar se estenda ainda mais
e continue castigando camponeses, sem terras e trabalhadores rurais. O Forum pela
Soberania Alimentar dos Povos está sendo promovido por um Comitê de Pilotagem Internacional
(CPI) formado por diversas Organizações da Sociedade Civil (OSC) que representam os
produtores de alimentos e os povos afetados. (CM)