O testemunho da caridade de Cristo através de obras de justiça, paz e desenvolvimento
faz parte da evangelização: Bento XVI aos participantes na Assembleia plenária do
Conselho Pontifício Cor Unum
(13/11/2009) O Santo Padre recebeu em audiência os membros da assembleia plenária
do conselho pontifício Cor Unum que debate o tema “percursos de formação para os agentes
da caridade. No seu discurso Bento XVI referiu-se a dois eventos eclesiais deste
ano que puseram em realce o anuncio do Evangelho e a atenção ao coração do homem e
ao ambiente onde vive: a publicação da Encíclica Caritas in veritate e a celebração
da assembleia especial para a África do sínodo dos bispos sobre a reconciliação, a
justiça e a paz. “Em perspectivas diferentes mas convergentes, evidenciaram como
a Igreja, no seu anuncio salvífico, não pode prescindir das condições concretas de
vida dos homens, aos quais é enviada. O agir para as melhorar concerne a sua própria
vida e a sua missão pois que a salvação de Cristo é integral e diz respeito ao homem
em todas as suas dimensões: física, espiritual, social e cultural, terrena e celeste. Bento
XVI salientou depois que foi desta consciência que durante os séculos nasceram muitas
obras e estruturas eclesiais finalizadas á promoção das pessoas e dos povos, que deram
e continuam a dar um contributo insubstituível para o crescimento, o desenvolvimento
harmonioso e integral do ser humano. E a este propósito o Papa citou uma passagem
da sua Encíclica Caritas in veritate: O testemunho da caridade de Cristo através
de obras de justiça, paz e desenvolvimento faz parte da evangelização, pois a
Jesus Cristo, que nos ama, interessa o homem inteiro. Nesta óptica –acrescentou
– deve ser considerado o empenho da Igreja a favor do desenvolvimento de uma sociedade
mais justa, na qual sejam reconhecidos e respeitados todos os direitos dos indivíduos
e dos povos. Bento XVI salientou depois que não toca certamente á Igreja intervir
directamente na politica dos Estados, mas a comunidade cristã não pode e não deve
permanecer á margem da defesa dos direitos humanos e da promoção da justiça. “A
fé é uma força espiritual que purifica a razão na procura de uma ordem justa, libertando-a
do risco sempre presente de ser enganada pelo egoísmo, pelo interesse pessoal e pelo
poder. Na verdade, como a experiencia demonstra , também nas sociedades mais evoluídas
do ponto de vista social, a caritas permanece necessária: o serviço do amor nunca
se torne supérfluo, porque permanecem situações de sofrimento, de solidão, de necessidade,
que exigem dedicação pessoal e ajudas concretas. Quando oferece uma atenção amorosa
ao homem, a Igreja sente pulsar em si mesma a plenitude de amor suscitada pelo Espírito
Santo, o qual, no momento em que ajuda o homem a libertar-se das opressões materiais,
assegura alimento e amparo á alma, libertando-a dos males que a afligem. Fonte deste
amor é o próprio Deus, infinita misericórdia e amor eterno. Todos aqueles que prestam
o seu serviço no âmbito de organismo eclesiais que têm a seu cargo a gestão de iniciativas
e obras de caridade - salientou depois Bento XVI - não podem deixar de ter este objectivo
principal: fazer conhecer e experimentar o Rosto misericordioso do Pai celeste, pois
que no coração de Deus Amor, se encontra a resposta verdadeira ás expectativas mais
intimas de cada coração humano.