“O desenvolvimento autentico reveste sempre um carácter solidário. Dar respostas
adequadas ás grandes mudanças sociais , tendo presente que não pode haver desenvolvimento
efectivo se não se favorecer o encontro entre os povos, o dialogo entre as culturas
e o respeito das diferenças legitimas. Bento XVI aos participantes no congresso mundial
sobre o fenómeno migratório na era da globalização
(9/11/2009) Com a Missa presidida pelo cardeal secretario de estado Tarcisio Bertone,
na Basílica de São Pedro teve inicio o VI congresso mundial da pastoral para os migrantes
e refugiados, cujos participantes provenientes de 81 nações, nesta segunda feira.
foram já recebidos em audiência pelo Papa que se referiu ao tema em debate - uma resposta
ao fenómeno migratório na era da globalização, que interessa quase todos os países
do mundo e insere-se no vasto processo da globalização. “Mulheres, homens, crianças,
jovens e idosos, aos milhões, enfrentam os dramas da emigração ás vezes para sobreviver,
mais do que procurar melhores condições de vida para si e para os seus familiares.
De facto vai-se alargando cada vez mais o fosso económico entre países pobres e industrializados.
A crise económica mundial, com o enorme aumento do desemprego, reduz as possibilidade
de emprego e aumenta o numero daqueles que não conseguem encontrar tão pouco um trabalho
precário. Tantos vêem-se então obrigados a abandonar as suas terras e comunidades;
estão dispostos a aceitar trabalhos em condições que absolutamente não são consonantes
á dignidade humana com uma inserção difícil nas sociedades de acolhimento por causa
da diversidade de língua, de cultura e de ordenamentos sociais. No seu discurso
o Papa constatou o facto de que hoje muitos migrantes abandonam os seus países para
fugir a condições de vida humanamente inaceitáveis sem porém encontrarem noutro lado
o acolhimento que esperavam. Daqui a oportunidade e necessidade de reflectir sobre
as consequências de uma sociedade baseada fundamentalmente no simples desenvolvimento
material, salientando a este propósito: “O desenvolvimento autentico reveste sempre
um carácter solidário. Efectivamente numa sociedade em vias de globalização, o bem
comum e o empenho nesse sentido não podem deixar de assumir as dimensões da inteira
família humana, quer dizer da comunidade dos povos e das Nações. O próprio processo
de globalização, como sublinhou oportunamente o servo de Deus João Paulo II, pode
constituir uma ocasião propicia para promover o desenvolvimento integral, sempre que
as diferenças culturais sejam acolhidas como ocasião de encontro e de dialogo e se
a repartição desigual dos recursos mundiais provocar uma nova consciência da necessária
solidariedade que deve unir a família humana. Daí deriva a necessidade de dar respostas
adequadas ás grandes mudanças sociais em acto, tendo bem claro que não pode haver
um desenvolvimento efectivo se não se favorecer o encontro entre os povos, o dialogo
entre as culturas e o respeito das diferenças legitimas.